A essência ou quintessência do Plano divino é a libertação, a vida em plenitude, a concessão de poder divino, por participação na natureza divina, a todas as pessoas.
A estratégia de Deus é baseada na democratização da “vida eterna”, na democratização e universalização do poder (“Carta a Tito, 1,2). O “ideal” cristão exige uma sociedade justa, estruturada para o bem comum, que compatibilize a igualdade social e a liberdade pessoal. Todos seremos reis, reis, pastores, cultivadores da criação, da natureza. E Deus nos chama, a todos, para sermos filhos de Deus, divinizados, pela presença e pela união com o bom Deus.
Estes pontos de ética teológica e política constam nos textos e nas obras de milhares e milhares de autores e personagens. Dentre estes, para ilustrar com exemplos, basta pensar em expoentes como: Morus, Las Casas, Francisco Vitória, Luiz de Molina, Mariana, Francisco Suárez, Bellarmino, George Calvert Baltimore (1580-1632, fundador de Maryland, em 1629), Pope, Mably, o bispo Henrique Gregório (1750-1831), o bispo Fauchet, O´Connell, Buchez, Lamennais, Lacordaire, Ozanam, Rosmini, Balmes, Dupanloup, o bispo Doutreloux (patrono da “Escola de Liége”), Ketteler, Acton, Tocqueville, Mercier, Mermillod, Leão XIII, Albert de Mun, Marc Sangnier, Joseph Vialatoux, Paul Archambault, Grégoire (Georges Goyau), Pottier, Toniolo, Antoine, Pesch, Luigi Sturzo, Maurice Hauriou, Maritain, Mounier, Alceu, Lubac, Lercaro, João XXIII, Dom Hélder, Francisco I e outros.
Detalhando mais, a linha da Igreja tem homens como o padre Jacques Roux e o bispo Gregório. Gregório foi praticamente o primeiro a reclamar a República, na Convenção, em 1792. Foi também o principal advogado dos negros, dos escravos e dos judeus. Em 1794, foi graças principalmente a ele que a escravidão foi abolida na França.
Outro grande Cardeal democrático foi o bispo Gibbons, de Baltimore, que presidiu os concílios católicos nacionais, nos EUA, em 1852, 1866 e 1884.