Valorizar os Recursos Humanos, ampliar a capacitação, educar as pessoas. Eis o núcleo de um Estado social, de um socialismo democrático.

A “valorização dos recursos humanos” é o ponto principal da erradicação da condição proletária (cf. “Centesimus”, n. 33; e “Populorum Progressio”, n. 33-42). A principal “riqueza” de um povo é a educação, o aumento da sabedoria prática, da inteligência, a melhoria da afetividade, o aumento da criatividade, da quantidade de “conhecimentos, técnica e saber” (cf. “Centesimus”, n. 32), das pessoas, sendo isso muito mais importante que os outros “recursos naturais”.

Frei Boaventura já lembrava que “a Igreja Católica aceita e defende os elementos verdadeiros da religião natural”, ou seja, aceita tudo o que é racional, é bom, correto, digno de elogios (na expressão de São Paulo), digno do Consenso, gerado pelo diálogo.

Nietzsche, em seu ódio a Igreja, viu corretamente que o Cristianismo ama a democracia, o socialismo, ama levantar os doentes, levantar os mais pisados, os marginalizados, “vivifica” cada pessoa, entusiasmar (estado de graça). O que Nietzsche não entendeu é que a ética cristã é uma ética de vida, de poder para os pobres, para todos.

Os melhores textos de Euclides da Cunha, de defesa dos camponeses e seringueiros, também seguiam a linha socialista cristã.

Esperança é viver esperando e lutando pela Democracia Participativa. Há a mesma explicação, em Clóvis Pinto de Castro, “Por uma fé cidadã” (São Paulo, Ed. Loyola, 2000).