A boa Tradição intervencionista e planificadora da Igreja

Colbert foi um dos grandes intervencionistas, pró Estado, na economia, na linha de Platão e de Aristóteles e da Tradição da Igreja.

Colbert criou várias estatais (algumas duram até hoje, como a “Manufatura Nacional dos Gobelins”.

Colbert era protecionista, valorizando corretamente as Alfândegas, como mecanismo de planificação e de ordenação da economia.

Nesta mesma linha, há os textos de List, Henry Charles Carey, Abraham Lincoln, dos socialistas de cátedra (Rodbertus e outros), dos católicos sociais, dos historicistas (Schmoller, Adolf Wagner e outros) e também de Keynes, da CEPAL (Raul Presbich) e de vários economistas japoneses.

O livro de Adriano Benayon, “Globalização versus desenvolvimento” (Brasília, Ed. LGE, 1998), elogia o colbertismo e o nacionalismo, sendo um magnífico libelo nacionalista contra o imperialismo.

Em defesa de uma democracia social e popular há também os textos de Noam Chomki, Nicholas Kaldor (1908-1986), Michael Kalecki (1899-1970), Leontieff e Joan Robinson (1903-1983, autora da obra “Liberdade e necessidade”, sobre a importância da ética na economia).

Há também Maria da Conceição Tavares, Josué Castro, Collin Clark, Hans Singer, Ragnar Nurkse, Keynes (em alguns textos), Karl Mannheim (“Liberdade, poder e planificação democrática”, São Paulo, Mestre Jou, 1972), François Peroux e os de Galbraith. Kalecki, no livro “Teoria da dinâmica econômica” (São Paulo, Ed. Nova Cultural, 1977, p. 187), mostrou como os monopólios privados (trustes e cartéis) destroem a economia, impedindo a “elevação da produção a longo prazo”. Sua crítica aos monopólios atinge a oligarquia, a “democracia liberal”, oligárquica, que não passa da ditadura do capital.

No mesmo sentido, vale à pena a leitura dos textos dos cepalinos (prebisch), dos estruturalistas (destaque para Celso Furtado) e dos institucionalistas (destaque para Thorston Veblen, 1857-1929).

Também merecem destaque os livros do sueco Gunnar Myrdal (“Aspectos políticos da teoria econômica” e “Teoria econômica e regiões subdesenvolvidas”) e de Niklas Luhmann (1927-1998, especialmente “Teoría política en el Estado de Bienestar”, Madrid, Ed. Alianza Editorial, 2007).

Esta era também a linha dos grandes nacionalistas, como Nasser, Nehru, Perón, Velasco Alvarado, Getúlio Vargas e outros. Também era a linha dos trabalhistas.

É mais ou menos, a minha linha, trabalhista, nacionalista, pró Estado social ampliado, economia mista etc.