O ideal de uma República Democrática Popular, do padre Luigi Sturzo, na Itália

O padre Luigi Sturzo defendia a união dos PRODUTORES, dos trabalhadores assalariados com os MICROS E PEQUENOS PRODUTORES, uma República dos trabalhadores. 

O padre Luigi Sturzo (1871-1959) foi um bom siciliano que seguiu os passos de Toniolo e Romolo Murri, lançando as bases de uma democracia cristã ligada ao povo.

Na lição de Sturzo, a democracia é natural pois é racional e, por isso, é o regime político condizente como cristianismo.

Em 1919, Sturzo fundou o Partido Popular Italiano, na linha do Centro Católico da Alemanha, de Ketteler (nascido em 1870, mas atuando bem antes). Em pouco tempo, o Partido Popular alcançou 99 deputados em 1919 e 107 em 1921.

Defendia a reforma agrária, direitos trabalhistas, democracia ampliada e popular etc. Combateu o fascismo. Quando Mussolini subiu ao poder, ele extinguiu o Partido Popular. Sturzo teve que deixar a Itália em 1924, exilando-se primeiro em Londres (de 1924 a 1940) e depois em Nova Iorque.

Luigi Sturzo escreveu várias obras importantes como “A Igreja e o Estado” e “Itália e o fascismo” (1926, criticando o fascismo).

Voltou para a Itália em 1946 e auxiliou De Gasperi, mas criticou a ligação de parte da Democracia cristã na Itália com o liberalismo e os EUA. Sturzo apoiava coligações do PDC com os Socialistas e mesmo alianças táticas com os comunistas. 

Sturzo foi elogiado por vários expoentes do antigo partido comunista italiano.

Em livros como “La política i la moral” (Buenos Aires-Argentina, Editorial Losada S. A., 1940) e “Depois do fascismo” (Rio de Janeiro, Editora Agir, 1947), expôs idéias próximas às idéias gerais contidas neste meu blog. 

O padre Sturzo era apreciado por Gramsci, criticava todas as formas de totalitarismo e repetia o ensino bíblico que a política (o poder) deve ser regida pela ética (as idéias práticas, os princípios éticos, oriundos da luz da razão natural), presente na consciência de todos.

Em outras palavras, o Estado deve servir a sociedade, deve ser controlado pela sociedade, pelo povo organizado. As normas estatais são válidas se forem justas, ou seja, na lição de Santo Tomás de Aquino, se forem racionais e atenderem ao bem comum.