Guido Gonella e a teoria católica sobre o consentimento como base do poder, do Estado, e do sistema econômico.
Guido Gonella foi um grande jurista católico da Itália. Lutou por um extenso Estado social e econômico, estatais, planejamento público, proteção social etc.
No livro “Bases de uma ordem social”, também ensinava que a intervenção estatal controlada pelo povo gera uma socialização que assegura e promove os direitos naturais das pessoas.
Esta é a mesma idéia de Dom Hélder, durante o Concílio Vaticano II, quando tentou convencer o Papa a escrever uma encíclica sobre o desenvolvimento do Terceiro Mundo, o que conseguiu, pois foi a base da “Populorum progressio”, 1967.
Vejamos o texto de Gonella:
“O Estado pode intervir como força opressora, como pode fazê-lo como libertador; pode intervir para assegurar-se um ilusório poderio ao qual frequentemente sacrifica toda a vida civil, como pode intervir para proteger a justiça social contra os egoísmos individuais e dos grupos privilegiados.
“O critério acerca da amplitude e legitimidade da intervenção está sobretudo em função do critério acerca de seu fim (servir ao homem), pois é este quem oferece o critério da determinação do limite”.
A intervenção do Estado a serviço da sociedade, para o florescimento desta, como ajuda (subsídio, subsidiariedade) às pessoas, aos trabalhadores assalariados e aos micro e pequenos produtores, é essencial para assegurar o bem comum.
Engels, num texto parecido, lembrava que o Estado pode acelerar o processo econômico ou servir como tegumento opressor.