A importância da EDUCAÇÃO para o BEM COMUM

A EDUCAÇÃO é o PRINCIPAL FATOR DE LIBERTAÇÃO, de AUTOGOVERNO PESSOAL E SOCIAL. Por isso, a PRINCIPAL função do Estado é criar um Sistema Educacional GRATUITO, ABERTO A TODOS, tendo até escolas particulares, mas gratuitas, com o Estado as controlando e pagando, para evitar que a educação vire negócios privados. 

O princípio, o fim e o centro de toda ordem econômica, política, social e pedagógica é a pessoa, cada pessoa, todas as pessoas. As pessoas (a sociedade) foram criadas para o autogoverno, para a autodeterminação. A sociedade foi criada para a autogestão social

O poder, como todo ato humano, deve ser racional e em adequação ao bem comum. Os bispos católicos da República Dominicana, numa Carta à sociedade, em 19.03.1982, resumiram bem a teoria do poder, ensinando que as pessoas, “segundo o Desígnio divino”, devem ser “o princípio, o fim e o centro de toda ordem econômica, política e social”.

Dom Raymundo Damasceno, presidente atual do CELAM e Arcebispo de Aparecida SP, sucessor de Dom Luciano Mendes, resume bem o aspecto político da atuação da Igreja com a expressão democracia participativa, que é uma síntese de democracia direta (plebiscitos, referendos, projetos populares, candidaturas populares, recalls, revogação de mandatos, formas de impeachment, orçamento direto) com democracia representativa, junto com uma DEMOCRACIA ECONÔMICA (ORGANIZAÇÃO-ESTRUTURA E UNIDADES ECONÔMICAS com PRIMADO DO TRABALHO, DO ASPECTO SUBJETIVO DO TRABALHO).

O Vaticano, por um editorial da revista “La Civiltà Cattolica” (n. 3.301, ano 139, vol I, p. 3-16), resumiu bem a teoria cristã e católica sobre o poder, nestes termos:

… a teoria da soberania popular, sobre a qual se fundamenta a democracia, já cerca de dois séculos antes de Rousseau, foi propugnada e defendida contra o absolutismo e o direito divino do rei, sustentado pelo rei da Inglaterra, Jaime I, por dois teólogos católicos, Francisco Suarez e Roberto Bellarmino.

Assim, este último, nas suas “Controversie” (T. II, I. 3, “De laicis”, c. 6), afirma que o “o poder reside imediatamente, como no seu sujeito (“tanquam in subjectoo”, como em todo o povo (“in tota multitudine”): que “o poder é transferido do povo para uma ou mais pessoas pelo próprio direito natural (“eodem jure naturae”), que “os diferentes tipos de governo são do direito das gentes, e não do direito natural; de fato, depende do consenso do povo constituir, para governá-lo, um rei, ou governadores ou outros magistrados, como é claro; e, se há uma causa legítima, o povo pode mudar o reino em aristocracia ou em democracia, comolemos ter sido feito em Roma”.

O editorial de “La Civiltá”, revista dirigida pelos Jesuítas, sob controle estrito do Vaticano, termina e conclui o artigo “Cristianismo e democracia”, como estas palavras:

Portanto [pelo exposto], o poder é conferido por Deus, enquanto Autor da natureza e da sociedade, ao povo, que o transfere aos governantes, permanecendo sempre com o poder de mudar o regime político. A soberania popular, por isso, não está em contradição com a afirmação cristã de que Deus é a origem da autoridade. Em conclusão, o cristianismo não é ligado a nenhuma forma de regime político, mas há uma preferência pela democracia e se julga em condição de proporcionar-lhe uma contribuição particular, para que seja verdadeira e sã, e promova o verdadeiro bem do homem [o bem comum]. Como escreveu Jaques Maritain, “a democracia tem muita necessidade do fermento evangélico para se realizar e para perdurar” (“Cristianismo e democracia”, cit., 48)” [texto colhido da revista “Cultura e fé”, n. 40, de janeiro e março de 1988, p. 25).

Conclusão: o importante, na ética e na teoria política cristã e hebraica, é aumentar o protagonismo das pessoas e da sociedade, para que estas sejam donas de seu próprio destino, para a libertação, o auto-governo, a autodeterminação, a autonomia.

O Plano (vontade inteligente) de Deus é que sejamos filhos de Deus, co-regentes do universo, participantes da natureza divina, divinizados, deuses humanos, controlando a natureza, para pautar tudo em prol do bem comum, do bem geral (cf. Gen 1,26).

Há a mesma concepção em toda a Bíblia, como fica claro no livro de Daniel, no Apocalipse, nas cartas de São Pedro e de São Paulo, e em outros textos bíblicos.