Bandung, Terceiro mundo e Dom Hélder

Dom Hélder Câmara, nas milhares de “Circulares” que redigiu, adorava tratar sobre a ideia de um “Bandung” da Igreja. A Conferência de Bandung foi uma reunião de 29 países asiáticos e africanos, na cidade de Bandung, Indonésia, entre 18 a 24 de abril de 1955.  Visava unir a África e a Ásia, contra o colonialismo, dos EUA e inclusive da URSS. Mesmo o Japão participou, tal como a China, o Paquistão, Gana (antiga Costa do Ouro), Egito, Etiópia, Sudão,  Arábia Saudita, Irã, Iraque, Síria, Turquia, Argélia etc.

As estrelas foram Nasser, Chu En Lai e Sukarno. Bandung frisou a exploração do Norte do planeta sobre a parte Sul. Destacou a exploração feita pelos países industrializados sobre os países produtores de matérias primas. Nesta época, a China adotava a ideia de Democracia popular. O Japão sempre adotou o nacionalismo e ampla intervenção estatal na economia, ponto que Barbosa Lima Sobrinho demonstrou, em bons livros e artigos. 

Dentre os dez princípios adotados, estavam pontos como o respeito à soberania e a integridade territorial das nações, a igualdade fundamental entre todas as pessoas, a repulsa às guerras, a adoção de negociações e arbitragens por tribunais internacionais, a importância da cooperação das nações etc.

O Brasil só não participou por causa do golpe de 1954, onde Getúlio se suicidou para derrotar os planos do imperialismo.

Os países do Terceiro Mundo adotam o nacionalismo econômico, economia mista, Estado social, trabalhismo etc. As mesmas linhas gerais da Doutrina social da Igreja. As mesmas linhas gerais adotadas pelo Trabalhismo, pela Democracia Popular, por Mandela e outros movimentos de esquerda.