O bem comum é o princípio criador da sociedade, as regras do bem comum, cf. Leão XIII

Há um bom texto de Leão XIII, na carta “Nôtre consolation” (retirado do livro de Ildefonso Camacho, “Doutrina Social da Igreja”, São Paulo, Editora Loyola, 1995, pp. 90-91) sobre a aceitação dos católicos das mudanças no poder civil, durante a história, especialmente sobre a aceitação da “república”:

Assim foi aceito na França o primeiro império [Napoleão, pela Concordata], logo após uma espantosa e sangrenta anarquia; assim foram aceitos os outros poderes, tanto monárquicos como republicanos, que se sucederam até os nossos dias. E a razão dessa aceitação é que o bem comum da sociedade é superior a qualquer outro interesse, porque é o princípio criador, é o elemento conservador da sociedade humana (…). Por estes motivos e neste sentido, Nós dissemos aos católicos franceses: aceitai a república, ou seja, o poder constituído e existente entre vós; respeitai-o, estai submissos a ele, porque representa o poder derivado de Deus. No entanto, tem havido homens pertencentes a diversos partidos políticos, e inclusive sinceramente católicos, que ainda não entenderam exatamente as nossas palavras. “Estas eram, porém, tão simples e claras que não podiam dar lugar a possíveis falsas interpretações” (cf. Nôtre consolation, 10-12)”.