Igreja condenou a escravidão em vários documentos e lutou pela abolição

Há uma relação entre a luta pela liberdade civil, a liberdade econômica e a luta pela liberdade política, tal como há entre todos os direitos humanos.

Neste sentido, vale a pena lembrar a lista de papas que condenaram a escravidão (cf. a lista de Leão XIII, na “Catholicae Ecclesiae”): São Gregório Magno; Adriano I; Alexandre III; Inocêncio III; Gregório IX; Pio II em 1462; Leão X; Paulo III em 1537; Urbano VIII em 1639; Benedito XIV em 1741, abolicionista, inimigo da usura e admirado até por Voltaire; Pio VII; Gregório XVI, escreveu a encíclica “In supremo apostolatus”, de 03.12.1839; Pio IX; e o próprio Leão XIII e sucessores.

O livro de Robert Bolt (transformado em filme por Rolland Joffe), “A missão”, com boa interpretação de Robert de Niro, mostra que a melhor parte da Igreja sempre esteve presente nos movimentos de libertação, inclusive na construção da República dos Guaranis, ou dos Jesuítas, uma das maiores experiências socialistas da história e ocorreu no Brasil, por cerca de 150 anos.

Nos argumentos papais contra a escravidão, há os fundamentos de uma sociedade estruturada, para que haja liberdade, igualdade e fraternidade para todos. No mesmo sentido, Emílio Castelar (1832-1899, um grande romântico espanhol), num discurso do Parlamento espanhol, onde pediu a abolição imediata da escravidão, disse que o cristianismo proclamou a liberdade, a igualdade e a fraternidade e que nenhum cristão poderia aceitar a escravidão ou governos que reprimissem a liberdade.