A linha correta dentro da Igreja em prol da democracia popular, da economia mista e do Estado social

A linha correta na Igreja foi defendida por grandes bispos e cardeais como Lienart, Lercaro, Cardijn, Bea, Suenens, Frings, Dopfner e outros luminares da Igreja. 

E isso ocorreu na sequência da condenação do jornal “L´Action Française”, em 1926. Movimento em sequência a atuação de grandes Papas como Bento XIV, Pio VII, Leão XIII, Pio XI e outros. As estrelas maiores são João XXIII e Francisco I, vindo Paulo VI depois. 

Como destacou Pio XII, em 20.07.1943, numa carta ao Cardeal Francisco Marcheti, Roma tem “os subterrâneos”, que foram os “refúgios do povo cristão”, tem “anfiteatros e circos” “sagrados”, pelo sangue derramado, que formaram os “berços do cristianismo”. Da mesma forma, completou o Papa, há em Roma o depósito da “sabedoria antiga” (da Paidéia), que faz de Roma “um farol da civilização”.

A teoria política da Paidéia foi a principal corrente que inspirou a Revolução Francesa, como fica claro no estilo neoclássico que marca todas as estruturas da Revolução Francesa e também do movimento da independência nos EUA.

Como lembrou Bento XVI, num discurso de 16.05.2011, comemorando 50 anos da “Mater et Magistra”, a Igreja sempre trabalhou e trabalha para “desenvolver sínteses culturais humanísticas”, ponto que fica claro nos textos de São Justino, São Clemente de Alexandria e outros Santos Padres.

A doutrina social da Igreja sobre o poder foi ensinada por todos os Santos Padres e foi detalhada por Leão XIII. Leão XIII cercou-se de grandes estrelas democráticas, como o Cardeal Rampolla, o Cardeal abolicionista e pró-republicano Lavigerie, o Cardeal Newman, o Cardeal Mercier, o Cardeal Manning, o Cardeal James Gibbons, Dupanloup, São João Bosco e outros grandes luminares da Igreja.

A vida política, administrativa e judicial da sociedade depende de “certezas morais”, de proposições razoáveis, ponto bem explicado por Pio XI, em 01.10.1942, num discurso perante o Tribunal da Sagrada Rota. Certezas morais são certezas razoáveis e dialógicas, um meio termo entre certezas absolutas (matemáticas etc) e quase certezas (probabilidades). Marciano Vidal chama este meio termo de probabilismo moderado ou equiprobabilismo, a linha hegemônica da doutrina ética do cristianismo.