João Paulo II, na carta aos bispos do Brasil, em 09.04.1986, ensinou que a “teologia da libertação” é apenas uma “etapa” da história da teologia, “em estreita ligação com as anteriores”, com a “tradição apostólica”, “os grandes Padres e Doutores” da Igreja. Por esta razão, a teologia da libertação é “não só oportuna, mas útil e necessária”, nos termos do Papa. Marciano Vidal, no livro “Ética teológica” (Petrópolis, Ed. Vozes, 1999, p. 234), destacou corretamente a ligação da teologia da libertação com a “corrente teológica que atinge seu esplendor no século XVI, com a Escola de Salamanca”, que tratava de temas como: “a dignidade e a igualdade de todas as pessoas”; o “direito à terra, à liberdade e à vida”; como deve ser o “sistema político e econômico”; “a justiça como norma de razão” para o Estado; “o direito dos pobres” e outros assuntos abordados hoje na teologia da libertação.