O catolicismo, na parte humana, é a síntese entre o melhor da cultura hebraica-semita com a Paideia ampla

A concepção política e econômica humanista, de origem hebraica e na Paideia (grega, fenícia, hitita, egípcia, persa etc) foi recepcionada pelo cristianismo e pelos Santos Padres.

Autores como Virgílio praticamente prepararam o terreno para a semente do cristianismo, através de obras magistrais como “Eneida”, “Geórgicas” e “Bucólicas”, sempre apreciadas pelos Papas e Santos Padres.

Nas “Bucólicas”, Virgílio escreveu palavras que foram usadas pelos cristãos, como, por exemplo:

Vejo surgir uma larga série de séculos que renascem. Retorna à terra a virgem Astrea e, com ela, o reinado de Saturno [que os hebreus identificam com o reino de Deus]. Baixa dos céus uma nova raça de heróis. Sorri o Menino que vem, porque a sua chegada dará fim à idade do ferro e pelo mundo se espalhará a idade de ouro” [o ideal de um novo Éden, o mesmo ideal bíblico, presente nos textos éticos sobre a parusia e a renovação gradual do mundo].

Há textos na mesma linha de Sêneca Pai, o pai de Sêneca, de Sêneca, tal como de Quinto Horácio (65-8 a.C.) e outros.

Horácio, nas “Epístolas” e nas “Odes”, adota um estoicismo humanista, próximo de Sêneca.

A concepção jurídica dos grandes juristas romanos era estóica e atuou também como preparação humana para o cristianismo.

O elogio da Paidéia e do cristianismo foi bem redigido por autores como Hegel, Werner Jaeger, Eleutherio Elorduy (“O estoicismo”, “A filosofia social dos estóicos” e outras grandes e magníficas obras), Max Pohlenz (“Die Stoa” e “Paulo e a Stoa”), Bonhoeffer (“Epíteto e o Novo Testamento”), G. Hansen, Ernest Barker (“Teoria política grega”), Simone Weil e outros.

Toda a tradição católica parte da síntese entre Paidéia e a Revelação Hebraica, oral e escrita, da síntese da cultura hebraica com o melhor da cultura da Paidéia.