A síntese da Doutrina da Igreja, economia mista, pautada pelo Trabalho

A doutrina da Igreja sempre rejeitou dois extremos: o extremo da privatização total e o extremo da estatização de todos os bens.

A Igreja sempre quis ampla intervenção estatal e social, com toda a parte boa da estatização geral.

A Igreja sempre quis ampla iniciativa pessoal, centrada nos micros, pequenos e médios, tudo nos limites de uma ampla organização pública da economia, fiscalizada, regulamentada e tributada.

Este ponto fica claro na “Gaudium et Spes”, do Vaticano 2, lá por 1965, no texto que passo a transcrever:

“Não se pode confiar o desenvolvimento apenas ao processo quase mecânico da ação econômica dos indivíduos, e nem à mera decisão da autoridade pública” (GS, 65 b), “é preciso considerar falsas tanto as doutrinas que se opõem ás reformas indispensáveis, em nome de uma falsa liberdade, como as que sacrificam os direitos fundamentais da pessoa e dos grupos, em lugar da organização coletiva da produção”.

Nem individualismo liberal e nem coletivização geral. Um meio termo, com as vantagens das duas posições.

Em síntese: um amplo Estado, controles públicos de preços, estatais, planejamento público geral, regional, municipal, de bairros e setorial, mais milhões de micros, pequenas e médias empresas familiares, com moradia para todos, terra para quem quiser plantar e renda básica para todos. Sem miséria e sem o “capital” (grandes fortunas).