Um bom socialismo democrático é praticamente igual ao modelo geral da Igreja, de economia mista social

Esboços de socialismo democrático e humanista foram também redigidos por Elias Diaz, professor de Filosofia do Direito na Universidade Autônoma de Madri.

Elias, tal como os melhores pensadores da Igreja, queria uma economia mista, formada por estatais controladas mais diretamente pelo Estado, estatais com co-gestão, cooperativas, pequenas empresas “submetidas a limites claramente definidos” ( cf. bom artigo de Antônio Paim) e a pequena produção individual ( artesanal, profissões liberais etc).

Sobre esta infra-estrutura, haveria o planejamento estatal, que Antônio Paim descreveu, usando termos de Elias, como “a inteligente coordenação de todos estes mecanismos – mercado, setor estatal e setor social – definiria, em termos corretos, esta que vimos denominando de economia mista, plural e com planificação democrática”.

O socialismo democrático de Elias Diaz também tem as mesmas linhas gerais do modelo proposto neste blog.

Vários juristas seguiram as mesmas idéias. Por exemplo, Luis Pinto Ferreira, José Afonso, Fábio Konder Comparato, Dalmo Dallari, João Piza Fontes (excelente presidente da OAB de SP, nos bons tempos, discípulo de Tragtemberg), Boaventura Sousa Santos e outros.

Estes juristas socializantes, quase todos, têm ligações com a Igreja.

Mesmo o velho Pontes Miranda, pouco antes de morrer lá por 1986, se definiu como socialista democrático católico, tal como Alceu e Dom Hélder, ligados aos Trabalhistas.

Pontes escreveu várias obras sobre os direitos sociais, especialmente uma onde defende uma síntese do melhor do liberalismo político com o socialismo democrático, retomando o lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, lema que expressava os ideais cristãos, segundo Leão XIII e João Paulo II.