Rousseau e o romantismo católico defendiam o ideal de uma democracia popular, distributista, economia mista

Quando Rousseau dizia que as pessoas são naturalmente boas estava correto. Esta tese bíblica e cristã, anti-jansenista, era a repetição da lição bíblica e dos Santos Padres, da lição de Tomás de Aquino, tendo sido recepcionada novamente no movimento do romantismo por católicos como François Chateaubriand e Frederic Schlegel (1772-1829). Schlegel foi esposo da filha de Mendelssohn, um grande luminar democrata dos hebreus. O romantismo foi também preconizado por protestantes próximas da Igreja, como Madame de Stäel (a filha de Necker, outro grande cristão). Schlegel era bem católico no apreço aos textos hindus, no respeito à “sabedoria dos indianos” e no amor que tinha pela língua do povo simples, dos pobres.

A natureza humana é naturalmente boa, ainda que decaída, numa situação aquém de seu potencial, que só ocorre na união com Deus e o próximo. Os irmãos Schegel eram amigos de Goethe, Schiller e de Madame Stäel. O romantismo foi um movimento literário ligado à expansão da democracia popular, tendo expoentes como Alexander Puschkine (1799-1837, de origem africana), Victor Hugo e Castro Alves (1847-1871, também afro-descendente), Alexandre Dumas Pai (afro-descendente), Castro Alves, o próprio Rebouças, José do Patrocínio e outros.

Os românticos, como fica claro com Victor Hugo e Eugênio Sue, dois grandes escritores cristãos quase católicos, defendiam uma democracia popular, economia mista, distributista, socialista, com planificação, regulamentações, controles, ampla tributação dos ricos, amplos apoios aos pobres, ao Estado social.