Mesmo a Internacional Comunista prestou depoimento de elogio da boa linha da Igreja no movimento “mãos estendidas” à Igreja, desde 1935, com o apoio de Stalin (que se aproximava da Igreja Ortodoxa, da qual foi seminarista até quase chegar à ordenação, na Georgia), expressa por líderes como Togliatti (a “utopia religiosa” é fermento revolucionário) e mesmo Antônio Gramsci (1891-1937). No Brasil, este movimento de mãos estendidas tem um símbolo em Luiz Ignácio Maranhão Filho, do Comitê Central do antigo PCB. Luiz Maranhão foi torturado e morto pela ditadura de 64, mas antes organizou o livro “A marcha social da Igreja” (Rio, Ed. Encontro, 1967), escrevendo um capítulo do livro, com introdução de Alceu Amoroso Lima.
Stalin nasceu em 1878, e não em 1879, como alguns historiadores erram. E estudou em escolas religiosas no ensino primário, médio e no Seminário. Ficou no Seminário até 1899, ou seja, até aos 21 anos. Como Seminarista, não foi figura apagada. Tirou boas notas e chegou a publicar poesias religiosas lindas no maior jornal da Geórgia. Só faltava um ano para ser padre, quando saiu do seminário e não foi expulso, e sim apenas saiu. Durante a vida, em geral não perseguiu a Igreja Ortodoxa. Desde 1934, tentou aproximar o Estado soviético da Igreja Ortodoxa. Durante a Segunda Guerra, ajudou a reconstruir as estruturas eclesiais ortodoxas. Enviava dinheiro para alguns colegas seminaristas, fazendo isso até quando tinha cerca de 70 anos.