Doutrina social da Igreja e Democracia popular

O núcleo da teoria cristã sobre o poder é simples: o poder deve nascer do diálogo, da razão discursiva, para o bem comum. O bem comum é o povo com todos os bens adequados e convenientes para uma vida plena, abundante e eterna. O bem de cada pessoa, de cada família e de todos.

Tudo deve estar disposto para o bem comum e universal. Isto quer dizer que cada pessoa deve ser sujeito vivo e consciente, com autodomínio (autodeterminação pessoal), controlando os bens e os processos naturais, dando continuação ao processo da Criação do universo. Todos devem reger a vida com autonomia pessoal e com base no diálogo, que unifica as consciências, que produz autodeterminação social, autogestão social e ampliada.

A parte mais relevante do bem comum é o respeito à subjetividade das pessoas, é não tratar as pessoas como matéria inanimada ou animal. As pessoas devem ser sujeitos vivos na economia, na pedagogia (no processo de educação), na política, na vida familiar, na vida afetiva etc.

A doutrina social da Igreja não é individualista e nem “coletivista” (prisma da sociedade sem ver as pessoas), e sim uma síntese, que foi chamada por alguns escritores de “solidarismo”, democracia popular, democracia participativa etc.

A doutrina da Igreja é uma síntese que abarca o máximo de autogestão pessoal e socialização (autogestão social), bom foi explicado por Dom Hélder Câmara e o Cardeal Lercaro.