Textos católicos de Robespierre

Como explicou Robespierre, “a alma da República é a virtude”, sendo a virtude a “passagem do mal ao bem, da corrupção à probidade”. Robespierre, fiel ao ensino católico, em 05.02.1794, na tribuna da Convenção, ensinou corretamente que a “virtude” é “a força da alma”, que nos faz “preferir o interesse público [da sociedade, o bem comum] a todos os interesses particulares”.
De fato, a virtude, como ensinou Platão, o bem, é “aquilo que é ao mesmo tempo louvável, racional, útil, apropriado e conveniente”, “noções” “estritamente ligadas ao que é conforme à natureza e se coaduna com ela”. Este conceito foi ensinado por Platão, como atesta Diógenes Laércio, no livro “Vida e doutrinas dos filósofos ilustres” (Brasília, Ed. UnB, 1988, p. 103). Para resumir, ético e virtude são o que a maior parte das pessoas aprova, pois a luz da razão opera em todas as pessoas e o consenso é o melhor sinal, indício, da verdade. A santidade é o estado da pessoa que vive praticando as virtudes, bons hábitos, em prol do bem comum, como ensinou São Tomás de Aquino.

Em 07.05.1794, Robespierre proferiu na Convenção seu discurso mais importante, com o título “Sobre as relações das idéias religiosas e morais com os princípios republicanos”, demonstrando que a base da “moral pública” democrática tem fundo racional e religioso. Robespierre repetiu as velhas idéias da teoria política da Paidéia, ensinando “o patriota não é nada mais do que a pessoa proba e magnânima”.