Pio XII, no “Discurso às Associações Cristãs dos Trabalhadores Italianos”, em 11.03.1945, defendia a “DEMOCRATIZAÇÃO da economia“, “ameaçada” “pelo monopólio, isto é, pelo despotismo econômico de uma aglutinação anônima de capital privado”.
Pio XII defendia a ECONOMIA MISTA, igual ao Pio XI e João XXIII.
O Estado poderia e deveria ter ESTATAIS, ao lado de MILHÕES de MICROS, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS FAMILIARES, sem OLIGOPÓLIOS, MONOPÓLIOS PRIVADOS.
Pio XII deixava claro que concordava com a “SOCIALIZAÇÃO” “nos casos em que se apresenta” “como exigida pelo bem comum”.
Como fica claro, não foi João XXIII o primeiro Papa a usar o termo “socialização”, e sim Pio XII ou mesmo, talvez, Pio XI.
Neste “Discurso”, Pio XII defende a SOCIALIZAÇÃO “como meio verdadeiramente eficaz para remediar um abuso ou evitar um DESPERDÍCIO das FORÇAS PRODUTIVAS DO PAÍS”.
Pio XII defende a SOCIALIZAÇÃO, ESTATIZAÇÃO DE GRANDES BENS PRODUTIVOS, “para assegurar a ordenação orgânica [organização] destas mesmas forças e dirigi-las em proveito dos interesses econômicos da nação”, do povo, de todo o povo.
Ou seja, a SOCIALIZAÇÃO para obter a PLANIFICAÇÃO, a ORGANIZAÇÃO PÚBLICA da economia.
Não significa estatizar tudo, pois o correto é haver AMPLO DISTRIBUTISMO, todos terem BENS SUFICIENTES, ERRADICAR A MISÉRIA, A CONDIÇÃO PROLETÁRIA. Para isso é essencial existirem ESTATAIS para grandes bens produtivos, planificação, intervenção estatal na economia etc. .
Um estatuto público, organização pública, AMPLA INTERVENÇÃO. Isso é necessário, continua Pio XII, neste discurso, “tendo como objetivo que a economia nacional, em seu desenvolvimento regular e pacífico, abra o caminho à PROSPERIDADE MATERIAL de TODO O POVO” (suficiência de bens, para TODOS).
E Pio XII ainda destacava que esta “PROSPERIDADE MATERIAL DE TODO O POVO” seria o “FUNDAMENTO SADIO também para a VIDA CULTURAL e RELIGIOSA”.
Pio XII, neste último parágrafo, adota a mesma base teórica de São Tomás de Aquino: um conjunto de bens suficientes para uma vida digna é essencial para o cultivo da própria vida intelectual, cultural e até ética. Humanismo cristão.