A Igreja e o direito de propriedade pessoal, explicação

Ninguém foi feito para sofrer o martírio da miséria. A miséria é a falta de bens suficientes para uma vida digna. Miséria é a falta de alimentos sadios, de boas roupas, de moradia, de saúde, educação, informação, de transporte eficiente e rápido, de lazer, de trabalho digno (bem remunerado, jornada reduzida, demissão só com justa causa etc, poder para tomar decisões, participação na gestão e nos lucros etc) etc. 

A Doutrina da Igreja não quer ninguém na miséria. Todos devem ter uma renda cidadã estatal para proteção contra miséria, moradia digna, educação, informação, bons alimentos, autonomia pessoal, recursos para projetos pessoais, segurança jurídica etc. 

A Igreja defende o direito pessoal das pessoas de terem bens. Não bens excessivos e que atribuem amplos poderes, mas bens suficientes e adequados para uma vida plena, digna, feliz, simples e boa. Bens pequenos e médios, distribuídos, para todos. 

A Igreja defende economia mista. Economia mista é distributismo máximo, todos terem bens, pequenos e médios, para uma vida plena. Coisa que é perfeitamente possível, com o aumento da ciência, da produtividade do trabalho etc. 

Da mesma forma, a Igreja não quer uma economia regida apenas pelo mercado. O Estado deve ter bens, deve ter amplos poderes de regulamentação, de dirigismo, de planificação, de controles, de redistribuição de bens via tributos etc. O Estado deve ter estatais, terras, poderes, deve ser um amplo Estado social, controlado pelo povo, organizado. 

Esta forma de sociedade é conhecida como Democracia popular, ou socialismo democrático, ou trabalhismo. Não é o comunismo, onde ninguém tem bens. Nem é o capitalismo, onde apenas um grupinho tem bens e controle sobre o Estado. Nem capitalismo (privatização de tudo, sem controles públicos, sem estatais, sem planos). Nem estatizar tudo, pois os bens pequenos e médios devem ser distribuídos a todos.