Outra pequena síntese da Doutrina social da Igreja

A doutrina da Igreja nunca defendeu a existência de classes opressoras e nunca viu com bons olhos os ricos, acumuladores.

Por isso, a doutrina da Igreja nunca viu com bons olhos os latifundiários e grandes capitalistas, pois são condições sociais que levam à degradação ética da pessoa. Os santos, os santos padres, a maioria dos Bispos e de teólogos da Igreja sempre condenaram a riqueza concentrada e exploradora, do ponto de vista da ética cristã.

Das cinco classes principais, listadas por Marx, a doutrina da Igreja admite, tranquilamente, a extinção dos grandes burgueses (grandes capitalistas que vivem como parasitas, da exploração do próximo) e dos latifundiários. Mais importante ainda, a Igreja defende a supressão da condição social dos proletários, a erradicação da miséria. Todas as pessoas devem ter pequenos bens, pequena fortuna, proteção, reservas, espaço de liberdade, de autonomia etc.

A Igreja sempre defendeu os camponeses, os artesãos e os pequenos produtores (pequenos burgueses (cientistas, artistas, cientistas, pequenos prestadores de serviço etc) e outras categorias, que existiam antes da Idade Média, durante a mesma e ainda hoje), pois são pequenas propriedades (pequenos bens de produção) controlados pelos próprios trabalhadores.

Quanto aos operários (e o mesmo vale para os artesãos, os camponeses, pescadores artesanais, artistas e demais pequenos produtores), a Igreja defende formas cooperativas (formas de propriedade social, comunitária) e também estatais com co-gestão.

Adotando o primado do bem comum, tal como o primado do trabalho, a doutrina da Igreja apóia formas de planejamento participativo, em todas as instâncias e em todas as relações interpessoais (pelo respeito ao outro, como ressalta Enrique Dussel).