A boa lição de socialismo participativo, economia mista, dos bispos católicos das Antilhas

As Antilhas abarcam as ilhas britânicas, holandesas e ligadas à França. Vejamos o texto antológico e exemplar da Conferência Episcopal das Antilhas, dos Bispos católicos das Antilhas:

“Uma sociedade que reclama a si o pensamento socialista deve ter como objetivo assegurar a seus membros, particularmente aos operários e aos agricultores, diretamente implicados na produção, uma parte das responsabilidades na sua própria concepção, o que implica não somente em compartilhar a propriedade, mas também numa par­ticipação no poder de decisão, em todos os níveis.

A participação dos trabalhadores da indústria sempre se constituiu num tema capital da formação social do cristão.

Para o socialismo, representa uma exigên­cia fundamental, posto que todas as revoluções devem ser feitas em nome dos agricultores e dos operários.

Atualmente, subsiste o perigo de que uma nova elite privilegiada venha a substituir a antiga e, por conseguinte, de que os trabalhadores voltem a viver no mesmo estado de opressão anterior. Devemos estar particularmente atentos para es­se perigo, se não quisermos simplesmente mudar de patrões. (…)

Nenhum sistema socialista é aceitável se ele destrói os direitos fundamentais…

Longe de destruí-las, o verdadeiro socialismo, aceitável para o cristão, deve combater para defender essas liberdades e inclusive para ampliar o seu campo.

Cabe-lhe o dever de assegurar que esses direitos fundamentais sejam respeitados, no interesse de todos, de sorte que essas orientações da liberdade de cada ser humano não se convertam em outra forma de escravidão. (…)

a Igreja jamais defendeu a propriedade privada como um direito absoluto.

O único direito absoluto que ela defende é o destino universal da criação e, conseqüentemente, o direito do indivíduo a pos­suir o que necessita para si mesmo. (Antilhas, documento da Conferência Episcopal, 21-11-1975)”.