O cardeal Rodríguez Maradiaga, Arcebispo de Tegueigalpa, em Honduras, um dos mais jovens purpurados (por dentro e por fora) e Doutor em Teologia pela Universidade Lateranense, em Roma, explicou este ponto corretamente num bom texto:
“A política existe para realizar o bem comum. O poder [o Estado]] é um instrumento a serviço de realizar esse bem, e quando se define o bem comum surgem imediatamente os seis desafios básicos, que são:
saúde para todos, alimento para todos, vestimentas para todos, habitação para todos, educação para todos, emprego para todos.
São essas seis realizações [quase todas referidas em Mt 25] o que chamaríamos de “a escola elementar” da política.
Depois vêm, sem dúvida, matérias importantíssimas como a liberdade e a participação, que devem ser apreendidas desde o começo da história pessoal e que vão se aperfeiçoando na medida em que cada um vai se alimentando do peso de prover sua sobrevivência. É por isso que a liberdade não pode se justificar separada da justiça social.
Nos tempos atuais, junto com a política e o desenvolvimento, deve nos importar a ética, porque por um lado temos desenvolvimento e, por outro, temos pobreza. Uma nova perspectiva é o que pode fazer com que o desenvolvimento se reverta em alívio da pobreza. Se assumimos uma perspectiva ética do desenvolvimento, este já não é simplesmente desenvolvimento econômico, e sim desenvolvimento humano”.