Seguir a própria consciência, mover-se racionalmente à luz do diálogo, é a base da ética (da vida racional), tanto pessoal (nos movemos discursivamente) quanto da sociedade (que se move normalmente pela via do diálogo, da participação das pessoas nas decisões que interessam a tdoos).
O movimento natural da sociedade é pelo DIÁLOGO. E na vida pessoal, pelo diálogo interno (A AUTO-REFLEXÃO, O DISCURSO INTERNO, O DIÁLOGO que movemos com nossa própria pessoa e com Deus, em nossa vida intelectual interna).
O núcleo mais profundo da teologia política, tal como da teologia moral, é simples: devemos pautar a vida pela regras racionais, sociais, científicas, experimentais e práticas exigidas pelo bem comum.
O bem comum é a realização do princípio da destinação universal dos bens (inclusive do poder público, dos bens públicos, do poder de fazer regras sociais), que pressupõe também o controle, por todos, dos bens (da natureza, da criação, cf. Gn 1,26-28), para proteger e promover o bem de todos.
O ideal ou meta do bem comum é a realização da destinação dos bens a todos.
Santo Tomás de Aquino, no livro “De regimine principum” (livro I, cap. I), inicia a obra escrevendo: Deus deu ao ser humano “as mãos para o trabalho, a razão para o discurso e a sociedade com os demais para o recíproco auxílio”, para a mútua ajuda em prol do bem comum, geral.
A regra bíblica “a cada um de acordo suas necessidades” (cf. At. 2,44; 4,32,37) é apenas outra fórmula para a destinação universal dos bens, do primado do bem comum.
No fundo, Deus destinou os bens e o poder à sociedade (cf. “Rerum novarum”, n. 13), deixando a esta a liberdade para escolher as formas jurídicas concretas para distribuir todos os bens para o atendimento das necessidades (no sentido amplo, de necessidades materiais, mas também de afeto, atenção, educação, cf. Abraham Maslow, 1908-1970).