A Igreja defende uma República dos trabalhadores, com um sistema econômico dos trabalhadores

A fórmula de Pio XI, na “Quadragesimo anno”, é ainda atual: os bens cuja posse gerem poder excessivo devem ser do Estado ou de cooperativas sujeitas a planos e regulamentações estatais.

Esta fórmula é mais ampla que a do católico Dupont-White, no livro “O indivíduo e o Estado” (1856), que ensinava que “há em toda a espécie de sociedades coisas vitais que o indivíduo nunca fará, quer porque excedem as suas forças, quer porque recompensam mal, quer porque exigem o concurso de todos”, “o Estado é o empresário, o agente nato dessas coisas”.

A boa fórmula de Charles Brook Dupont-White (1807-1878) foi aceita por Adolf Heinrich Gotthilf Wagner (1835-1917) e vários grandes doutrinadores católicos.

Adolf Wagner lecionou por 47 anos em Berlim e defendeu um socialismo cristão, com base no aumento das “atribuições do Estado”.

A obra principal de Wagner é “Ciência das finanças” e ele queria um Estado social, uma democracia social.

Esta fórmula foi acolhida também, mais mitigadamente, até mesmo por Stuart Mill e Hobson.

O ideal de uma democracia social pressupõe uma economia mista, sem miséria e sem riquezas acumuladas, sem plutocracia e sem proletariado, como queria Afonso Celso, no livro “Por que me ufano de meu país”.

A miséria e a riqueza concentrada, como destacaram homens como Sismondi ou Carlyle, são duas faces de um mesmo mal, a má distribuição dos bens, a falta de realização do princípio de destinação universal dos bens.