Pio XII, no discurso “O espírito europeu” (15.03.1953), resumiu a ligação da teoria política e jurídica da Igreja à Paidéia: “as primeiras bases jurídica da Europa” estão na “civilização grego-latina”.
O cristianismo, usando a herança hebraica e a Paidéía, “modelou a alma profunda dos povos”, ensinando que “a pessoa livre” (autônoma) deve moldar “seu destino individual” e também “a sociedade a que pertence”, que deve ser moldada (forjada, organizada, regrada) para o bem de todos, pelas regras do bem comum.
A sociedade deve moldar o destino social. O destino é a Providência, que age baseada na liberdade, no diálogo. Cabem à sociedade e ao Estado, nos termos de Pio XII, “garantir a existência de cada um de seus membros e a do todo [sociedade] a que estes constituem”, tal como favorecer a prosperidade econômica” (o bem comum) de todos.
Assim, por uma síntese do melhor da Paidéia com as idéias hebraicas bíblicas (e da Tradição oral hebraica, a “Lei oral”), foi formada a “filosofia cristã”, que é a filosofia clássica depurada e melhorada, aberta às ideias boas de todas as culturas.
A Paidéia, como será demonstrado, teve ampla influência egípcia, mesopotâmica, persa, fenícia e outras, de povos em estreito contato com os povos semitas, inclusive os hebreus. Por outro lado, na própria estrutura da Bíblia há correntes culturais egípcias, mesopotâmicas, fenícias e outras, pois a inspiração divina que gerou a Bíblia usou pessoas concretas, com suas culturas concretas.