O movimento da Democracia cristã sempre foi aliado do socialismo democrático

A democracia cristã floresceu principalmente depois da II Guerra. Conseguiu o poder, por eleições, na França, Itália e Alemanha, além de outros países europeus e governou, principalmente, em coligações com os socialistas democráticos. 

Na França, havia o MRP, que governou em coligações com os socialistas e os comunistas, inclusive com Maurice Thorez, fazendo estatizações, ampliando o Estado, fortalecendo a Previdência Social, a legislação trabalhista etc. O mesmo fez De Gaulle, principalmente no final da década de 60, quando queria transformar todas as grandes empresas privadas em cooperativas. Hoje, a maior parte dos católicos vota no Partido Socialista Francês.

Na Itália, o PDC fez uma reforma agrária e houve coligações com os socialistas e também com os comunistas. Aldo Moro teve o destaque, ao propor coligações com o PCF. Primeiro, houve coligações com os socialistas democráticos, depois com os socialistas de Nenni, liderados por Pietro Nenni (que ganhou o Prêmio Lenin, da Paz). Depois, com o PCI. Hoje, há o Partido Democrático (“Margarita”), que une católicos, socialistas e comunistas.

Na Inglaterra, na Austrália, nos países escandinavos, os católicos se inscreviam nos Partidos Trabalhistas, socialistas democráticos.

Nos EUA, na esquerda do Partido Democrático, participando principalmente do New Deal, um esboço de democracia popular, de socialismo democrático.

No Chile, o PDC de Eduardo Frei fez a chilenização do cobre, a estatização das minas de cobre. E depois, ajudou o Partido Socialista, de Salvador Allende. Hoje, a maior parte dos católicos vota no Partido Socialista, depois do banho de sangue de 1973, e da ditadura militar assassina de Pinochet.

No Brasil, a esquerda do PDC era aliada ao PTB, ao Trabalhismo, e ao PSB. No governo de João Goulart, houve estrelas católicas, com Paulo de Tarso. E o movimento estudantil era controlado pela Ação Popular católica, vitoriosa na UNE. 

Na Alemanha, o PDC conseguiu vinte anos de progresso econômico. E houve alianças com os socialistas. Esta aliança dos católicos com os socialistas é coisa antiga, sendo Alceu Amoroso Lima, no Brasil, um expoente disso.

Alceu apoiava o ideário trabalhista, tal como Dom Hélder Câmara. Por isso, houve a candidatura do General Lott, um grande católico trabalhista, e também o governo de João Goulart, onde Goulart vivia citando as encíclicas de João XXIII, em seus discursos.