Socialismo democrático e trabalhista, um bom nome para uma síntese que abarca o melhor do pensamento do Brasil

Nicos Poulantzas, em obras como “O Estado, o poder e o socialismo”, ampliou as ideias de Gramsci e dos eurocomunistas, escrevendo textos na mesma linha que Palmiro Togliatti, Pietro Ingrao e outros.

Segundo Carlos Nélson Coutinho, autores como Giuseppe Vacca foram ainda mais claros.

Poulantzas valorizou o socialismo democrático, como um desenvolvimento da democracia política, representativa, tal como o trabalhismo, a economia mista, o modelo escandinavo, a busca por um amplo Estado do bem estar social etc.

Mais ou menos, esta também é a linha dos textos de Georges Marchais (vide “O Desafio democrático”, um esboço para uma aliança entre PCF, PSocialista francês e católicos franceses), autores próximos da Doutrina social da Igreja, misturando estatais, amplo Estado social e democrático, democracia popular, amplo Estado do Bem Estar etc.

No Brasil, uma linha parecida era a da “Revista Brasiliense” (1955-1964), dirigida por autores como Caio Prado Júnior, Catulo Branco, Heitor Ferreira Lima, João Cruz Costa, Abguar Bastos, Pinto Ferreira, Sérgio Buarque de Holanda, Josué de Castro, Elias Chaves Neto, Fernando de Azevedo, Edgar Cavalheiro, Florestan, Álvaro de Faria e outros.

A mesma linha, no fundo, de Medeiros Lima, de Alceu e outros.

Depois, a mesma síntese foi retomada, a síntese que unia católicos sociais, trabalhistas, nacionalistas, o melhor do PCB, PSB, do getulismo, para a construção de um Estado social no Brasil. 

Esta síntese teve continuação na “Revista Civilização Brasileira”, dirigida por Ênio Silveira, a partir de março de 1965 até dezembro de 1968. 

Ao lado de Ênio, escrevia Moacyr Felix, tal como Roland Corbisier, Nélson Werneck Sódre, Octavio Ianni, Álvaro Lins, Alceu e outros. Em 1978, Enio lançou a continuação da revista, a “Encontros com a Civilização Brasileira”, numa boa síntese.

Os jornais alternativos da década de 70 e 80, “Pasquim” e outros, no fundo, era a continuação esta síntese, desta ampla Frente Popular Democrática, que gerou os melhores partidos de esquerda, no Brasil.

Nestas fontes, há a mesma síntese da Igreja, a busca de uma Democracia Popular Participativa, economia mista, distributismo, amplo Estado social etc.