A doutrina da Igreja defende a economia mista para erradicar a miséria e as grandes fortunas privadas

Nos documentos da Igreja a síntese é sempre a economia mista, um amplo Estado social e econômico (estatais para os grandes bens produtivos, controles de preços, planificação, intervenção ampla, ampla tributação redistributiva etc) e amplo setor de micros, pequenos e médios produtores, organizados em cooperativas, apoiados pelo Estado.

Isso fica claro no “Código Social” de Malines (tenho a edição brasileira, Rio, Ed. Vozes, 1954, pp. 63-72). E também no “Compêndio da Doutrina Social da Igreja” (7 edição, São Paulo, Paulinas, 2011), editado pelo Pontifício conselho Justiça e Paz e pela CNBB, pp. 200 a 206, números 346-361).

A Igreja sempre é distributista, sempre quer a difusão de bens para todos, que todos tenham bens suficientes e adequados para uma vida plena, feliz e abundante. O ideal da Igreja é sempre a erradicação da miséria e das grandes fortunas privadas.

A Igreja sempre elogia os artesãos, os trabalhadores, os camponeses, os micros e pequenos produtores. Sempre vê com maus olhos os ricos, as grandes fortunas privadas, o luxo, o desperdício, o mau uso dos bens.

A Igreja quer um amplo Estado social que erradique a miséria e as grandes fortunas privadas.

Quer ampla tributação sobre os ricos, para repartir os bens, quer toda forma de ajuda estatal aos pobres, para que estes deixem de ser pobres, para erradicar a miséria, e termos igualdade social.