A Doutrina da Igreja defende a construção de um amplo Estado social e econômico, controlado pelo povo

O Estado deve prover às necessidades de todos.

O Estado deve fornecer bens para atender às necessidades das pessoas, sendo estas necessidades a matriz dos direitos fundamentais.

Como destacou Bultmann, no livro “Teología del Nuevo Testamento” (Salamanca, 1981, p. 659), “a comunidade cristã” seguiu a tradição hebraica, da sinagoga, de considerar o Estado como parte da natureza, aceitando as leis positivas justas, orando “em favor das autoridades estatais (1 Tim 2,12; 1 Clem 61,1; Pol Flp 12,3)”.

A Igreja sempre lutou pela construção de um extenso e grande Estado social e econômico, a favor do Povo, um Estado-Samaritano, um Estado paternal, um Estado Providência, um Estado que intervém e ajuda as pessoas, com prioridade para os mais fracos e mais pisados.

Desde o início, com Cristo mesmo, os cristãos consideraram o “Estado” como parte da “ordenação do mundo”, algo que deveria estar sujeito à ética, às regras do bem comum (cf. Rom 13,1; e 1 Celm 61).

Desde o início, os cristãos atuaram dentro do Estado, para que este fosse transformado, para servir ao povo, ao bem comum.

Os textos de São Clemente Romano, de Tertuliano, São Clemente de Alexandria e outros são claros neste sentido.

O bem comum abarca a participação de todas as pessoas no poder e nos bens.

O bem comum é a democratização (difusão, distribuição) do poder politico e do poder econômico, para que todos tenham cotas-partes, quinhões, partes, participação, sem alienação, sem reificação, ponto bem destacado em várias encíclicas por Pio XI e por João XXIII.

O bem comum exige a realização dos direitos naturais humanos e fundamentais, como expôs Pio XI, na Radiomensagem de 11.06.1941.

O bem comum é, na prática, o exercício dos direitos humanos e o cumprimento dos deveres sociais.

Estes pontos foram bem explicados por Jacques Maritain (cf. “Os direitos do homem”), Dabin (“A filosofia da ordem jurídica positiva”), Maurice Hauriou (cf. “Precis de Droit Constitutionel”) e outros grandes católicos.