O bom elogio da economia mista, da Suécia e do Estado social, por Robert Heilbroner

Robert Heilbroner (1919-2005) foi um grande economista dos EUA. Trabalhou no Escritório de Controle de Preços, com John Kenneth Galbraith. Depois, lecionou sobre história do pensamento econômico. Chegou ao posto de Vice-presidente da Associação dos Economistas Americanos, em 1972.

Praticamente durante toda a vida, Heibroner foi socialista democrático, defensor da economia mista. Defendia o Estado social com economia mista, nos moldes da Escandinávia, da Suécia, Noruega, Dinamarca, Finlândia e Islândia. Especialmente a Suécia. Mais ou menos como eu penso.

Nos EUA, economistas como Heilbroner, Galbraith, Paul Samuelson, Joseph Schumpeter, Paul Krugman e outros mostram que há economistas sérios, que lutam por um Estado social, dentro dos EUA. Isso fica claro nas melhores candidaturas do Partido Democrático, nos EUA. O New Deal de Roosevelt mostra isso. Até Wilson mostra isso (foi o primeiro presidente dos EUA a visitar o Papa, em 1919). 

No livro “O capitalismo do século XXI” (Rio, Ed. Jorge Zahar, 1994), Heilbroner elogia e destaca a importância do “setor público” no desenvolvimento econômico. Lembra que o setor público, nos EUA, foi essencial no crescimento econômico até mesmo no século XIX. 

Heilbroner lembrou que o setor público nos EUA, já no século XIX e também no século XX, desenvolveu a “construção da rede de canais”; fez o “financiamento maciço dos canais do Erie e, ainda mais maciço, do Canal do Panamá” (pag. 67 da obra citada). Além disso, o Estado foi essencial dando recursos para a construção do “sistema ferroviário transcontinental”, depois, “do Sistema Interestadual de Rodovias”; na TVA (“Tennessee Valley Authority”, tipo Sudene, nos EUA); no “Projeto Manhattan” (desenvolvimento nuclear); no “vôo à lua”; nos “institutos nacionais de saúde” e na saúde pública; na rede pública de escolas etc. Heilbroner esqueceu as hidrelétricas estatais, nos EUA. 

Por estas razões, Heilbroner conclui que a economia mista é parte essencial da “tradição nacional” nos EUA. Lembro que a própria NASA é uma estatal. 

Heibroner lembra que a relação entre setor público e setor privado, na economia, não precisa ser de “sangria”, podendo ser de apoio, sinergia, fonte, concurso, ajuda. O Estado é essencial para apoiar o florescimento dos pequenos e médios negócios familiares, ponto que concordo cem por cento.