Mesmo Bakunin, admitia a pequena propriedade individual, campesina, dos artesãos e de micros e pequenos produtores.
Bakunin, no fundo, defendia a formação de cooperativas, que, como Proudhon, ele chamava de “associações operárias, tanto industriais e agrícolas, com científicas e artísticas”.
Estas unidades associativas (cooperativas) teriam trabalhadores associados, baseadas principalmente na autogestão e seriam complementadas por micros e pequenos produtores, sem mão assalariada.
Tudo isso seria organizado em “federações“.
Vejamos o texto de Bakunin, “Associação operária e prosperidade coletiva”, onde distingue entre as unidades produtivas com vários trabalhadores e a produção dos micros e pequenos produtores:
“Logo, é preciso: a reorganização da sociedade, de baixo para cima, pela formação livre e pela livre federação das associações operárias,
tanto industriais e agrícolas como científicas e artísticas,
o operário tornando-se, ao mesmo tempo, homem de arte e de ciência, e os artistas e os sábios tornando-se também operários manuais, associações e federações livres, baseadas na propriedade coletiva da terra, dos capitais, das matérias-primas e dos instrumentos de trabalho, isto é, de grande propriedade que serve à produção,
deixando para a propriedade individual, e também hereditária, somente as coisas que servem realmente ao uso pessoal”.
CONCLUSÃO: a produção de bens que exigisse apenas USO PESSOAL, e não social (associados), seria “INDIVIDUAL”, “PROPRIEDADE INDIVIDUAL e, também HEREDITÁRIA”. ECONOMIA MISTA, assim.
A produção seria por COOPERATIVAS e por MICROS E PEQUENOS PRODUTORES e esta parte, a Igreja sempre concordou, acrescentando, apenas a necessária existência do Estado e das estatais.
Lembro também que o maior dos anarquistas, Proudhon, na verdade não é contra o Estado, defende um Estado Federativo, no moldes da Suíça, de cima p baixo, com inclusive deputados etc. Este ponto eu tratarei em outras postagens.