Nos EUA, os católicos lutaram por políticas praticamente socialistas, trabalhistas, economia mista

A luta dos católicos faz parte intrínseca e essencial do New Deal, também apoiado pelos comunistas, nos EUA.

Friso que até padres mais a direita, como o padre Hamilton Coughlin (1891-1977), também apoiaram o New Deal, em várias ocasiões, tal como ideias mestras do New Deal.

As ideias mestras ainda atuais do New Deal são as ideias de uma Democracia popular, economia mista, Estado social, estatais, controles estatais de preços, impostos altos para ricos, controles públicos da economia, democracia participativa etc.

No fundo, é isso que busca a esquerda do Partido Democrático, nos EUA, com estrelas ótimas como Sanders, e antes com George S. McGovern, a corrente institucionalista de GALBRAITH, os melhores Kennedy, Jimmy Carter e outros. 

Coughlin PECOU, mas teve coisas boas em sua vida. Foi ordenado padre em 1916. Era canadense e foi trabalhado subúrbio de Detroit, onde fundou uma paróquia. Combateu a Ku Klux Khan local, que hostilizava imigrantes e a maior parte dos imigrantes era de católicos. Atacou duramente o governo republicano de Herbert Hoover, que gerou a GRANDE CRISE de 1929.

Coughlin atacava os banqueiros privados e o neoliberalismo. Nestes pontos, Coughlin estava correto. Friso que ter atacado a Ku Klu Khan sempre é algo divino.

A Ku Klu Khan, desde suas origens em meados do século XIX até o século XX e XXI, odeia e continua a odiar CATÓLICOS, JUDEUS, COMUNISTAS e NEGROS.

O ódio da Khan a CATÓLICOS, JUDEUS, NEGROS E COMUNISTAS faz parte do PIOR do Tea Party, do pior da ala dos Republicanos nos EUA, da ala da Sociedade John Birch, dos nazistas dos EUA e de outras pragas.

Acredito que o VOTO DOS JUDEUS, nos EUA, quase SEMPRE nos Democratas, tem, como uma das causas, além da BOA ÉTICA JUDAICA PRO SOCIALISMO DEMOCRÁTICO, a briga contra as ideias da Ku Klu Khan dentro dos Republicanos, de gente como Trump e outras.

Lembro que as leis de cota e de integração, nos EUA, tal como a luta dos negros, especialmente a parte ligada ao santo Martin Luther King, foram lutas do Partido Democrático, dos católicos, dos judeus, dos comunistas e, principalmente, dos NEGROS.

Lembro também a grande figura de Malcolm X, a meu ver, no mesmo plano de Luther King.

Martim Luther King, Malcolm X, John Kennedy, Robert Kennedy foram assassinados pela DIREITA REPUBLICANA nos EUA, com a ajuda da Máfia, da CIA, do FBI etc. 

Nas eleições de 1932, Coughlin apoiou a primeira eleição de Franklin Delano Roosevelt, o New Deal.

Com a ajuda do voto católico maciço, tal como do voto judaico maciço e do voto comunista e socialista maciço, friso o voto do CLERO CATÓLICO NOS EUA, Roosevelt venceu.

Coughlin, como todos os católicos, atacava o capitalismo liberal e defendia o “capitalismo de Estado”, ou seja, a estatização de PARTE dos bens produtivos, dos GRANDES meios de produção. 

O capitalismo de Estado, economia de transição, foi também adotado por Lenin, que defendeu a Nova economia, o NEP, que teve Nicolau Bukharin como dos maiores defensores. Se o NEP, na Rússia, tivesse continuado, a Federação Russa, a URSS, hoje, seria a MAIOR DAS POTENCIAS ECONÔMICAS, pois era a ECONOMIA MISTA, ponto correto, a meu ver, adotado pelos chineses, hoje, na ECONOMIA DE MERCADO SOCIALISTA.

Os chineses (e o Vietnam, e Cuba, e até a Coréia do Norte, hoje) adotam economia MISTA, parte estatal e parte privada (deveria ser apenas de MICROS, PEQUENOS E MÉDIOS, sem BILIONÁRIOS, claro, é um erro da China ter bilionários…e outros erros sobre trabalho infantil etc).

Como fica claro, há pontos comuns entre católicos, socialistas e comunistas. Pontos essenciais como substituir o Big Business, o GRANDE CAPITAL, por ESTATAIS, pelo ESTADO. FRISO QUE ESTA IDEIA FOI ESPOSADA por Pio XI, na Quadragesimo anno, em 1931, antes do New Deal.

Nos termos de Pio XI, os bens produtivos que atribuem grande poder devem ser do Estado ou de grandes cooperativas produtivas, sob controle estatal. Este ponto TAMBÉM destacado por Pio XII (brandamente) e, PRINCIPALMENTE, por JOÃO XXIII e Paulo VI, tal como por FRANCISCO I, hoje. 

A linha dos católicos, nos EUA e no mundo, era próxima do movimento Free Silver, do populismo dos EUA, irmão do populismo russo. 

Os católicos eram protecionistas e queriam ampla emissão de papel moeda do Estado para obras públicas, AMPLA INTERVENÇÃO ESTATAL NA ECONOMIA, a mesma ideia de Keynes e dos bimetalistas e dos populistas de esquerda, a parte mais a esquerda do Partido Democrático. A mesma ideia básica do melhor da CEPAL, nos textos de estrelas como Hans Singer. 

Outro ponto correto foi a dobradinha entre católicos (inclusive Coughlin) e Henry Wallace. Católicos e o grande Henry Wallace tinham vários pontos em comum e faziam parcerias, a favor dos camponeses familiares. 

Boa parte da política campesina e agrícola dos EUA, que tem pontos bons, vem de Roosevelt e de Wallace, apoiada por católicos, por Coughlin e pelos comunistas e socialistas dos EUA.

Henry Wallace foi várias vezes Secretário da Agricultura (Ministro da Agricultura, e tinha inclusive Alger Hiss, comunista, dentro do Ministério) e chegou a ir na URSS, tentar ajudar a agricultura soviética.

Mais tarde, Henry Wallace foi vice-presidente de Rooselvet e foi indicado para candidato a Presidente, em 1948, pelo Partido Progressista, com apoio dos comunistas nos EUA.

Em vários pontos, Coughlin fazia coro e dobradinha com a LINHA SOCIALIZANTE da Igreja, do Clero, a linha exposta pelo grande padre John Ryan, responsável por inúmeros pontos sociais do New Deal. Ryan era bem melhor, claro. A linha de Alceu, no Brasil, é a linha de John Ryan, nos EUA, a linha da DEMOCRACIA POPULAR, DO NEW DEAL.

Nos últimos meses de 1934, Coughlin achou que Roosevelt ia devagar demais e passa a atacar Roosevelt. Neste ponto, Coughlin estava TOTALMENTE ERRADO.

Graças a Deus, a maior parte do Clero católico ficou corretamente com Roosevelt. Lembro que Franklin Roosevelt veio DUAS VEZES ao Brasil, durante o governo de Getúlio, levando Getúlio a declarar a guerra contra os nazistas. O Brasil foi o único país latino americano a enviar tropas contra os nazistas, a FEB, e isso foi correto, pois os planos de HITLER eram mesmo DIABÓLICOS e GENOCIDAS. 

Friso também que, na plataforma de Coughlin, tinha PONTOS CORRETOS, pontos da LINHA DE RYAN, como a ESTATIZAÇÃO DOS GRANDES MEIOS PRODUTIVOS, das FERROVIAS, a luta por AMPLA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA e por AMPLA INTERVENÇÃO ESTATAL NA ECONOMIA, usando EMISSÃO DE PAPEL MOEDA, CONTROLES PÚBLICOS DE PREÇOS, ALTOS TRIBUTOS, COMPRAS PÚBLICAS etc. Esta parte era o TRIGO.

O Antissemitismo e os ataques a Roosevelt eram o JOIO, o VENENO, a parte do DIABO, tal como conversas suspeitas de Coughlin com a Embaixada Alemanha. 

Roosevelt apela ao Vaticano, que, em 1939, cala Coughlin. O Vaticano apoiava a linha de Roosevelt, que também tinha o apoio dos comunistas, frise-se.

DESTACO que um dos ERROS E INJUSTIÇAS ENORMES de Coughlin foi ter PECADO POR ANTISSEMITISMO, e ter se aproximado dos malditos nazistas.

Por isso, o VATICANO agiu CORRETAMENTE e com MUITA JUSTIÇA, ao CALAR Coughlin, fazendo-o deixar os programas de rádio.

Se Coughlin tivesse desobedecido ao Vaticano, Roosevelt teria prendido Coughlin, e COM MUITA RAZÃO.

Friso que o Vaticano, o Núncio nos EUA, os Bispos, todos eles fizeram Coughlin se calar, em 1939. Ele continuou como padre até 1966 e morreu com 88 anos. Seus programas de rádio terminaram em 1939, pois o Vaticano apoiou as reeleições de Roosevelt, que também foram apoiadas pelos Comunistas, nos EUA. 

Os padres de esquerda, mesmo com alguns erros (pois errar faz parte da vida), defendiam pontos essenciais E ATUAIS como: renda básica estatal para todos os trabalhadores (no início, quando estivessem desempregados); estatização de vários bens produtivos; ampla legislação trabalhista; apoio do Estado à sindicalização maciça dos trabalhadores; controles públicos de preços essenciais; ampla tributação sobre os ricos; apoio do Estado à produção local de alimentos, roupas, moradia, remédios, livros etc, para nada disso ser importado ou transportado de longe;