O Estado é uma construção humana, que deve ser uma Casa para todos

Os Papas, os bispos, os Santos Padres, Santo Agostinho, Montesquieu, Leão XIII e milhares e milhares de outros autores católicos destacaram a importância da sociedade natural.

Afinal, “a mensagem cristã não desvia os homens da construção do mundo, nem os leva a negligenciar o bem de seus semelhantes, mas antes os obriga mais estritamente, por dever, a realizar estas coisas” (cf. GS 34c/384). O dever de cuidar do mundo é até maior, para os católicos. 

A “casa” do ser humano é este mundo (cf. Gn 1,26-30), que será transformado, que está em transformação (consagração), em união gradual com o Céu. Parusia processualista, gradual, em curso, como um parto, ressurreição grau a grau.

Bento XVI, na “Mensagem para a jornada mundial da paz”, em 2008, ensinou que, “para a família humana, esta casa é a terra, o ambiente que Deus criador nos deu para que habitemos com criatividade e responsabilidade. Temos que controlar, cultivar e cuidar do meio ambiente [natureza, o corpo, os afetos, o processo histórico etc, cf. Gen 1,26], este foi confiado ao ser humano para que cuidemos do mesmo e o cultivemos, com liberdade responsável, tendo sempre como critério orientador o bem de todos”, o bem comum, geral, universal.

A “casa” de todos é o mundo, o que inclui as sociedades e os Estados.

Os Estados (tal como as casas, as sociedades, as fábricas, os campos cultivados etc) são construções humanas.

O Estado é uma estrutura construída, tal como construímos nossa linguagem, os gestos, a música, os prédios, os hábitos, as leis, as regras, as formas de tratamento, as ciências etc.

O Estado, por ser destinado a todos, deve estar sobre o controle de todos, beneficiando cada pessoa, contando com a inteligência de cada membro, para que possa realizar o bem comum.