Elogio de José Soares Maciel Filho, nacionalista, amigo e conselheiro de Getúlio Vargas

José Soares Maciel Filho foi um grande nacionalista, defensor das causas trabalhistas, da economia mista. Expressava, em vários pontos, o setor nacionalista da indústria têxtil, que deu apoio a Getúlio e ao PTB. Nasceu no Rio, em 1904. Estudou filosofia, na Itália, com Benedetto Croce, autor que Gramsci respeitava, pois Croce separava a democracia do capitalismo, deixando claro que um governo democrático podia intervir na economia do lado do povo. Alceu também gostava de Croce. 

Soares Maciel Filho é atacado pelo grotesco Roberto Campos, no livro “Lanterna de popa”, o que apenas aumenta meu respeito e admiração por Maciel. Maciel era inclusive jornalista, tendo lançado o jornal A nação, em 1933, em defesa do getulismo. Depois, controlou o jornal O Imparcial, em 1935, a favor de Getúlio Vargas. Maciel Filho era mais nacionalista que Rômulo de Almeida, o que é um elogio ótimo. 

O CPDOC da FGV dá as seguintes informações sobre Maciel Filho – “Durante o Estado Novo (1937-1945), foi membro do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica (CNAEE), de julho de 1939 a julho de 1946, e integrou o Conselho Nacional de Imprensa do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) nos anos de 1940, 1941, 1943 e 1945. Criado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) em junho de 1952, ocupou, no mês seguinte, a superintendência do mesmo. Acumulou a função com a de diretor-executivo da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), a partir de setembro de 1952, passando a superintendente desse órgão em 1953. Em agosto de 1954, durante a grave crise político-militar que envolveu o governo do presidente Getúlio Vargas (1951-1954), José Soares Maciel Filho, tido como conselheiro informal do presidente, teria, de acordo com John W. F. Dulles, ajudado Vargas a elaborar um documento político que serviu de base à carta-testamento deixada pelo presidente ao se suicidar (24/8/1954). Após a morte de Vargas, e já no governo de João Café Filho, deixou o cargo de superintendente da Sumoc, sendo substituído por Otávio Gouveia de Bulhões em setembro de 1954. Em fevereiro do ano seguinte deixou a superintendência do BNDE”.

Maciel foi o principal autor intelectual do BNDE (hoje, BNDES). Só isso, bastaria para lhe garantir estátuas, pois se o BNDES for bem gerido, pode gerar uma boa economia mista, boas estatais, bons empreendimentos do pequeno e médio capital familiar.