O padre Jacques Roux, uma das lideranças clericais da Revolução Francesa

Na Revolução Francesa, o padre Jacques Roux foi o principal líder intelectual e prático dos enraivecidos, “enragés”, sendo, assim, uma das principais lideranças intelectuais da Revolução. Vários livros foram escritos sobre o padre Roux. Por exemplo, Dommanget (M.), “Jacques Roux, le curé rouge”, “O cura vermelho” (Paris, 1848; Markov (W), “Jacques Roux Scripta et Acta” (Berlim Est., 1969); Markow (W), “Die Freiheiter des Priesters Roux” (Berlim, 1967); ou Rose (R.–.), “The Enragés: Socialists of the French Revolution?” (Melbourne, 1965).

George Woodcock, no livro “Anarquismo” (vol. I, Porto Alegre, Ed. L&PM, 1983), escreveu boa síntese sobre o padre Jacques Roux:

“Jacques Roux, o mais célebre dos Enragés, era um dos sacerdotes da revolução, um padre da zona rural que, mesmo antes de chegar a Paris em 1790, já havia sido acusado de incitar os camponeses do seu distrito a queimar e pilhar os castelos dos proprietários que tentavam fazer valer seus direitos aos tributos senhoriais:

“A terra pertence a todos” [princípio cristão da destinação universal dos bens], teria ele dito aos seus paroquianos.

Continuou a ser padre depois da Revolução, na qual parece ter visto um reflexo do espírito do Cristianismo: certa vez, definiu sua tarefa como sendo “a de tornar os homens tão iguais entre si quanto são iguais por toda a eternidade diante de Deus”.