Os Economistas da Corrente Economia mista e a DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL

Bresser Pereira, o PCdoB e partes do PT querem a desvalorização cambial, um real fraco, por exemplo, um dólar por quatro reais ou algo mais. Eu acho ótima a ideia. 

A razão para isso é o protecionismo que isso gera. Dificulta as importações, protege a base industrial e incentiva as exportações. Este ponto foi visto por economistas como Ragar Nurkse, economista que trabalhava a antiga Liga dos Nações.

Nurkse, autor elogiado por Barbosa Lima Sobrinho, no livro “Experiência monetária internacional, lições do período entreguerras” (1944), mostra que “a desvalorização foi seguida de expansão dos investimentos domésticos e da renda nacional” em todos os países, além de “estimular o comércio exterior”, depois.

Isso ocorreu na Inglaterra, com a queda da libra, em setembro de 1931, o que gerou crescimento do PIB e recuperação da crise de 1929. E na França, com a desvalorização do franco, em 1936. Idem para a Itália, em 1934. Nos EUA, o fim da conversibilidade ao ouro, na década de 30 e também com Nixon, mais tarde.

No fundo, o nacionalismo e o protecionismo são apenas correntes de ideias que defendem o aumento da presença estatal na economia, economia mista. Por isso, convergem e têm ideias semelhantes às contidas na Doutrina social da Igreja. No Brasil, basta pensar em Severo Gomes, Barbosa Lima Sobrinho e outros nacionalistas católicos.

O mesmo vale para o keynesianismo, de John Maynard Keynes, o New Deal, o trabalhismo, o socialismo democrático, as ideias de economistas como Galbraith (controle dos preços), o próprio Plano Marshall, os programas econômicos e sociais de Kennedy (“Nova Fronteira”) e de Lyndon Johnson (“A grande sociedade”) etc.

E também para as ideias de James Tobin, Robert Heilbroner e outros.