Destinação universal dos bens, distributismo, eis uma nota fundamental da doutrina da Igreja

A Igreja sempre ensina a destinação universal dos bens, que os bens foram feitos por Deus, para todas as pessoas. Vejamos, na “Populorum progressio” (“Do progresso dos povos”, encíclica de Paulo VI, em 1967:

“O DESTINO UNIVERSAL DOS BENS

22. “Enchei a terra e dominai-a”[19]: logo desde a primeira página, a Bíblia ensina-nos que toda a criação é para o homem, com a condição de ele aplicar o seu esforço inteligente em valorizá-la e, pelo seu trabalho, por assim dizer, completá-la em seu serviço.

Se a terra é feita para fornecer a cada um os meios de subsistência e os instrumentos do progresso, todo o homem tem direito, portanto, de nela encontrar o que lhe é necessário. O recente Concílio lembrou-o: “Deus destinou a terra e tudo o que nela existe ao uso de todos os homens e de todos os povos, de modo que os bens da criação afluam com eqüidade às mãos de todos, segundo a regra da justiça, inseparável da caridade”.[20]

Todos os outros direitos, quaisquer que sejam, incluindo os de propriedade e de comércio livre, estão-lhe subordinados: não devem portanto impedir, mas, pelo contrário, facilitar a sua realização; e é um dever social grave e urgente conduzi-los à sua finalidade primeira”.