O Estado deve CONTROLAR OS BANCOS e a melhor fórmula é estatizar os bancos, ou os BANCOS PÚBLICOS serem os únicos grandes, tendo o grosso do setor, só permitindo pequenos bancos privados locais ou regionais

Os anos de 1933 a 1968, nos EUA, foram os anos do New Deal e da tentativa de construção de um Estado social nos EUA, uma democracia popular, de combate ao racismo etc. Um dos marcos foi a assinatura, por Franklin Roosevelt, em 1935, da Lei da Previdência Social, nos EUA.

Outro marco fundamental do New Deal foi a Lei Glass Steagall, de 1933, criando o CONTROLE DO ESTADO SOBRE OS BANCOS. 

No Brasil, o equivalente foram os anos do getulismo, do nacionalismo, do trabalhismo, dos anos de JK e João Goulart, a linha que o PT quis restaurar.

Nos EUA, os anos de Clinton, um Democrata republicanizado, também foram os anos de Net Gingrich, do Congresso republicano, que tinha Net Gingrich como liderança típica.

Foi Clinton quem fez a Lei das Telecomunicações, em 1996, que foi imitada pelo FHC, súdito de Wall Street (dos grandes bancos privados dos EUA). 

Clinton seguiu o ideário neoliberal dos Republicanos, revogando a Lei Glass-Steagall, que separava a estrutura bancária comercial dos valores mobiliários. ALGO ESSENCIAL para dar alguma racionalidade ao sistema econômico.

A revogação dos controles estatais sobre os bancos e o mercado de ações e de derivativos foi uma das principais causas da Crise de 2008. 

Nos EUA, o escritor LaRouche, mesmo com erros, tem toda razão em lutar pela volta da Lei Glass-Steagall, a Lei Bancária de 1933 (Glass Steagall Act), feita por Franklin Roosevelt.

A Lei Glass Steagall foi criada sob a luz da Crise de 1929, o Craque de 1929, tal como dos escândalos financeiros, como o ocorrido com o Banco National City, o maior banco comercial dos EUA, o Citibank. Sim, o Citibank, nos anos 20, na era do jazz, já tinham vasto poderio. O Citibank, daquela época, tinha como presidente, a figura horrenda de Charles Mitchell, envolvido em vários escândalos.

O Banco National City é o mesmo banco Citibank, foi apenas renomeado.

O núcleo bom da antiga Lei Glass Steagall deixar claro que o Estado DEVE regulamentar, controlar os bancos.

O Estado deve CONTROLAR e, melhor ainda, ter monopólio dos bancos, ou pelo menos os BANCOS PÚBLICOS devem ter a PRIMAZIA, a parte maior, só permitindo mini bancos privados, sob CONTROLES PÚBLICOS claros e fortes.

Contra esta ideia fundamental, há o livro de Walter Wriston, CEO (principal executivo) do Citibank (ou Citicorp, ou Citigroup, pois mudou de nome várias vezes).

Wriston dirigiu o Citibank de 1968 a 1984, e escreveu o livro “O crepúsculo da soberania” (“The Twilight of sovereignty”), um libelo contra a Lei Glass Steagall, pela liberdade financeira dos bancos privados.

Para Wriston, a intervenção estatal na economia, do New Deal, era puro socialismo (na verdade, era a construção de um socialismo democrático).

O livro de Wriston é uma das bases teóricas do neoliberalismo dos anos 70 a 90, que geraria, depois, a crise de 2008. É um dos livros fundamentais do grupinho em torno de FHC, que controlou o BACEN, tal como do grupo ligado a Gudin, Roberto Campos, a Mário Henrique Simonsen, na ditadura militar.