ANDRÉS MANOEL LOPEZ OBRADOR, grande Presidente do México. Um caminho para um socialismo democrático mexicano.

Andrés Manoel Lopez Obrador venceu porque há no México um movimento progressista de católicos de esquerda, lutando por Democracia participativa. A democracia participativa e social foi, também, no fundo, a base teórica do movimento zapatista, no México, e dos militantes da Igreja naquele país. Emiliano Zapata conciliava democracia, socialismo humanista campesino e religião, especialmente amor a Maria, Nossa Senhora, Mãe de Jesus.

México padeceu com neoliberais. Até 1993, o asqueroso presidente do México, Salinas, tinha privatizado 214 empresas estatais, doando, como fez FHC, ativos que valem centenas de bilhões por apenas 21 bi­lhões de dólares. Salina entregou para o setor privado os bancos e as siderurgias, além de companhias telefônicas e aéreas. Esta sangria e entrega de bens estatais (do povo) teve início em 1990 (os anos 90 repetiram a desgraça dos anos 70). Salinas privatizou mais de 50 estatais a cada ano, nos anos 1990, 1991, 1992 e 1993.

Em 1993, faltavam ainda 218 estatais, que o entreguista queria entregar. Enquanto isso, na França, o PSF estava ainda no poder, depois de 22 anos, com François Mitterrand, com erros, mas com alguma resistência ao neoliberalismo.

No México, boa parte dos leigos católicos militantes apoiou Andrés Manuel López Obrador, que ampliou a reaproximação Igreja e Estado, que ocorre principalmente desde os seis anos de governo do grande Lázaro Cárdenas, que estatizou o petróleo, em 18.03.1938 (deveria ser feriado, tal como a data da criação da Petrobrás, por Getúlio, no Brasil, em 03.10.1953).

A estatização do petróleo, no Brasil, ocorreu com o Decreto-lei n. 366, de 11.04.1938, onde Getúlio incorpora, ao “Código de Minas” (de 1934), o título “jazidas de petróleo e gases naturais”, determinando que estes todas as “jazidas de petróleo e gases naturais acaso existentes no território nacional” pertenciam à “União”, como “domínio” “imprescritível”.

Em 1938, Getúlio criou o Conselho Nacional do Petróleo, colocando ótimos nacionalistas na direção. Getúlio quase supera Cárdenas, como precursor da estatização do petróleo e isso tem quase um título mundial.