A Democracia foi elogiada pelos maiores pensadores da Paideia e idem para os maiores teólogos da Igreja. O critério do consenso, das ideias práticas do povo (lei natural) para obter a o bem comum, a “utilidade comum” (do interesse geral, do bem comum, geral) está bem explicado nos textos de Platão, dos estoicos e de Aristóteles, tal como em São Basílio, Santo Tomás e Suárez.
Para ilustrar esta afirmação, vale a pena transcrever um trecho do livro de Francisco Suárez, o “Tratado de las leyes y de Dios legislador” (Livro I, cap. VII, 5):
“… o que pretende principalmente Deus é o bem comum dos homens. Logo, também os funcionários estão obrigados a isto. Por isso, nas Escrituras, se repreende severissimamente aos que abusam desse poder para sua própria utilidade. (…)
… o poder foi dado imediatamente pelos mesmos homens, é evidentíssimo que não foi dado para utilidade do príncipe, senão para o bem comum dos que deram o poder [os transmissores]. Por isso, os reis são chamados funcionários do Estado. (…)
Por isso, São Basílio disse muito bem que o tirano se diferencia do rei, pois aquele [o tirano] busca sua própria utilidade, enquanto este [o rei], a utilidade comum. Esta é também a lição de Aristóteles e de acordo com ele está Santo Tomás”.
Conclusão: na “Centesimus”, João Paulo II expôs claramente a opinião geral da Igreja sobre a democracia: “a Igreja valoriza altamente o sistema da democracia”, “a participação dos cidadãos nas opções políticas”, tal como nas decisões sobre e dentro dos processos produtivos,, na formulação das decisões gerais que interessam a todos, para a elaboração (gestação) de regras (ideias práticas dialógicas) racionais, benfazejas, benignas, que assegurem e atribuem bens para atender às necessidades, interesses, aspirações e sonhos de todas as pessoas.