Outra boa regra para evitar espionagem policial é manter os celulares longe de reuniões, vários metros. Vejamos no livro de Cid Benjamin, “O Estado policial”, sobre esta regra:
“Seja como for, não custa deixar celulares longe do ambiente em que há uma conversa que se queira privada.
Nem que seja porque um dos presentes pode resolver gravá-la sem o conhecimento dos demais.
Ativistas supostamente vigiados têm a alternativa de criar uma rede de celulares pré-pagos, usados por um círculo menor de pessoas e trocados a cada certo tempo. É preciso, porém, que se saiba que pré-pago só deve falar com pré-pago ou com aparelhos acima de qualquer suspeita.
Telefone limpo que ligue para um grampeado, ou que receba uma ligação dele, pode ser identificado pelos metadados. Nada impede que, depois, passe também a ser alvo de escuta.
Outra recomendação: mesmo usando-se pré-pagos, os celulares antigos supostamente grampeados não devem ser abandonados, para não dar na vista. E não se deve cair na tentação de usá-los para contrainformação, a não ser de forma esparsa. Do outro lado não há idiotas, mas profissionais de inteligência. Ainda uma informação ligada à escuta de celulares que vale a pena conhecer:
é comum que a polícia faça uma provocação (por exemplo, chame alguém para depor ou divulgue um boato relacionado com um suspeito) e espere a sua reação, ouvindo seu celular ou os de pessoas do seu entorno. O mecanismo tem comprovada eficácia” (ou seja, a polícia planta uma informação e os alvos falam tolices nos celulares…).