Não dá para listar aqui a multidão de demitidos do governo Bolsonaro em apenas cinco meses.
Na semana que se encerra, dois presidentes de estatais (Correios e BNDES), um de órgão relevante (a Funai) e um ministro de Estado foram para a rua em três dias [3 generais…].
Exceto pela “missão” dada ao substituto do general santos Cruz, de financiar a “bolsonosfera”, pouco ou nada se sabe do que se pretende para os comandos tornados vagos.
É especialmente grave o caso do BNDES, praticamente o único órgão de fomento econômico do Estado brasileiro, hoje.
Levy, sabe-se, opunha-se a uma descapitalização velor do banco, para arranjar recursos meramente contábeis para melhorar as contas, sem efeito monetário, porque eram títulos do Tesouro, perdoem o pleonasmo, entesoudados, apenas em caixa.
É claríssimo que o corpo técnico do banco está retraído e isso atrasa o pouco que se tem de financiamento à economia produtiva.
No caminho do PIB Zero, isso é um desastre maior do que seria em tempos mais prósperos.
Mas não é só no BNDES. Em todas as áreas do governo, impera um clima de medo, quase terror.
Ser “dedurado” como esquerdistas, cair na desgraça do grupo olavista ou na do próprio Presidente é algo que trava ainda mais os órgãos públicos já travados pela escassez de recursos.
É um método primário de administrar, o de governar pelo medo e não pela liderança.
O autoritarismo presidencial aumenta a paralisia da administração.