Na sexta reportagem do The Intercept, Glenn refuta outra alegação de Moro.
Moro confessou que, na fase de inquérito, em 2015, tinha indicado testemunhas ao MP e aceito uso de delação falsa apócrifa, conduta esta última que Reinaldo Azevedo chamou de “condescendência”.
Moro desafiou Glenn, dizendo: publique tudo.
Glenn, poucas horas depois, publicou pilhas de diálogos.
Glenn mostrou que a conduta de Moro, em 2015, no inquérito contra Lula, continuou até o final do processo, na primeira instância, no interrogatório e na fase do artigo 402 do CPP, em 2017. E, depois, até final de 2018, para negar liberdade e entrevista.
Por quatro anos, de 2015 a 2018.
Nos novos diálogos, Moro liga, em 2017, no final do processo, para o proc Carlos e faz uma “demanda”.
No interrogatório, minutos antes, Moro tinha dito a Lula que ele, como Juiz, seria IMPARCIAL, sem lado.
Pois bastou Lula sair da sala e dar uma entrevista na frente do prédio, televisionada, que Moro ligou para Carlos e pediu uma Nota do MP, para mostrar “contradições” no interrogatório de Lula.
Mostrar contradição é praticamente sepultar o réu, pois um relato contraditório não é aceito e ainda mostra culpa.
Então, os diálogos mostram como Carlos e outros procuradores, inclusive Dallagnol, correm para elaborar a nota e ligam para Moro, dando satisfações sobre a demanda de Moro.
Mostra também que o próprio Dallagnol não viu nada demais nas frases de Lula sobre a viúva deste.
Mas, a nota mesmo assim foi feita fazendo ataque torpe a Lula, como se Lula tivesse culpado a finada esposa.
Dallagnol pede atenção para manter oculto o “protagonismo” de Moro e para dar cobertura a Moro.
Assim, o “protagonismo” de Moro estaria demonstrado, nesta sexta reportagem. Na certa, a imprensa está ligando para Moro e Carlos, para que estes expliquem.
A tese que Glenn teria alterado os textos é praticamente absurda, pois os textos originais estão no MP e bastaria o MP mostrar os textos originais, se as cópias obtidas por Glenn fossem falsas.
Há notas na imprensa que Dallagnol sequer entregou o celular para perícia.