O Programa da Frente Nacionalista Brasileira, de 1957, ainda é bem atual e correto

FRENTE NACIONALISTA BRASILEIRA

Movimento articulado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) entre maio e julho de 1957. Segundo comunicado de sua comissão organizadora, publicado em O Semanário de 1º a 8 de agosto de 1957, não tinha “quaisquer vinculações ou influências político-partidárias”, representando o desejo da “mocidade das escolas” de participar do movimento nacionalista que então mobilizava amplos setores da população brasileira.

Em seu esboço de programa de 20 pontos, a Frente Nacionalista Brasileira (FNB) — como praticamente todas as organizações nacionalistas atuantes na década de 1950 e nos primeiros anos da década de 1960 — pregava a defesa da indústria nacional com o estabelecimento de uma política alfandegária protecionista; a manutenção do monopólio estatal do petróleo e sua extensão imediata à indústria petroquímica de base; a participação majoritária do Estado nas empresas de energia elétrica; a revogação do direito de pesquisa, lavra e exportação de riquezas minerais concedido a empresas estrangeiras; a efetivação de uma política externa independente; a realização de uma reforma agrária compreendendo uma legislação trabalhista específica para os trabalhadores rurais; a elevação do nível de vida do povo brasileiro através da justa remuneração salarial e da melhoria das condições de educação, saúde, alimentação, habitação e transporte, e o reconhecimento do direito de voto aos brasileiros não-alfabetizados e aos praças de pré.

Vinte e quatro anos após sua criação, a Frente Nacionalista Brasileira foi relançada oficialmente em 27 de abril de 1981 na Câmara Municipal de São Paulo. Segundo o ex-deputado federal Rogê Ferreira, do extinto Partido Socialista Brasileiro (PSB), e um dos organizadores do movimento, o objetivo da frente era “lutar pela união dos trabalhadores, estudantes e intelectuais na defesa do que nos resta do patrimônio nacional, dilapidado por governos entreguistas nestes últimos 17 anos”. Rogê Ferreira garantiu que a FNB contava com o apoio de 40 deputados federais.

No dia 29 de abril de 1981, em Brasília, o deputado Horácio Ortiz, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), leu na Câmara a carta de princípios da entidade. No Senado, coube ao líder peemedebista Marcos Freire a leitura do documento.

Sérgio Lamarão

FONTES: Folha de S. Paulo (28/4/81); Semanário, Rio (1 a 8/8/57).