Elogio de Jesus Soares Pereira, grande nacionalista que lutou ao lado de Getúlio Vargas

Alceu Amoroso Lima, num artigo com o título “O socrático e o pragmático” (em 10.06.1976, texto está no livro “Revolução suicida”, de 1977, p. 141), elogia Jesus Soares Pereira, um dos grandes nacionalistas do PTB getulista, junto com Rômulo de Almeida, um dos marcos do nacionalismo brasileiro.

Alceu tinha 83 anos, nesta época). Alceu escreve elogiando Cláudio Medeiros Lima e Jesus Soares Pereira, que morreram quase na mesma época, no final da década de 70 do século XX.

Alceu tinha escrito, junto com Cláudio Medeiros Lima, o livro “Memórias improvisadas” (em 1974, acho). Cláudio Medeiros Lima foi um dos maiores nacionalistas do Brasil.

Na época, Cláudio Medeiros Lima escreveu dois livros, um com Alceu (o “Memórias improvisadas”). O outro livro foi com Jesus Soares Pereira.

Cláudio Medeiros Lima escreveu, com Jesus Soares Pereira, o livro “Petróleo, Energia elétrica, siderurgia. A Luta pela Emancipação” (editado pela Editora Paz e Terra, da Igreja). Recomendo muito os dois livros, como marcos do melhor do nacionalismo brasileiro.

Alceu chama Jesus Soares Pereira de “gigante”, pois “foi um dos fundadores, quase anônimo, para o grande público, nem mais nem menos que da Companhia Volta Redonda e da Petrobrás”, “isto é, nossos pólos de emancipação energética”.

Alceu lembra a frase de Einstein, que “a matéria é energia” e lembra que energia “é a base de toda a vida econômica de uma nacionalidade”.

Jesus Soares Pereira tinha, cf. Alceu, origem “positivista”, “austero positivista”, “da mais alta categoria científica, social e moral”.

Jesus e Rômulo de Almeida foram os principais Assessores econômicos de Getúlio, na “Assessoria econômica da Presidência” de Vargas, que precedeu e inspirou o ISEB.

Alceu diz que, depois de conviver com Cláudio Medeiros Lima, entende que o livro deste, sobre e com Jesus Soares Pereira, “Petróleo, Energia elétrica, siderurgia. A Luta pela Emancipação” (editado pela Editora Paz e Terra, da Igreja), “deveria ser adotado como um manual de civismo em nossas escolas”.

Alceu achava que Cláudio Medeiros Lima também deveria estar “na Panóplia dos nossos mais dignos servidores públicos”, como “heróis”.

Cláudio Medeiros Lima escreveu o livro “Petróleo, Desenvolvimento ou vassalagem”, que lhe custou doze meses de prisão, defendendo a estatização toda do setor de petróleo , vítima das “caça às bruxas” (expressão de Alceu).

Para Alceu, homens como Jesus Soares Pereira e Cláudio Medeiros Lima eram expoentes do melhor do nacionalismo.

Como escritor, Cláudio Medeiros Lima também foi um dos maiores expoentes da “difícil arte da maiêutica entrevistadora”, na linha de grandes escritores como “Jules Huret ou um Fréderic Lefèvre”, texto de Alceu.

De fato, o livro “Memórias improvisadas” é uma autobiografia de Alceu, no final da vida, em texto conjunto com Cláudio Medeiros Lima, como entrevistador, obra que demorou mais de um ano para ser feita, em várias reuniões e diálogos entre Alceu e Cláudio Medeiros Lima.