A primeira versão do “Manifesto Comunista” foi redigida por Schapper (segundo pesquisas de Bert Andréas, que estudou muito os projetos da “profissão de fé comunista”). Schapper sempre manteve religiosidade, ponto que vou demonstrar em várias postagens.
A Liga dos Comunistas foi apenas uma reedição da Liga dos Justos, mantendo o núcleo ético, de origem religiosa, ponto que também vou demonstrar em várias postagens.
O marxismo, hoje, é, no fundo, uma corrente múltipla, variada de correntes marxistas.
O marxismo é um dos rios do grande movimento socialista. Este grande movimento socialista, do qual o marxismo é apenas uma vertente, este grande movimento socialista tem amplas raízes, amplas fontes cristãs, judaicas e mesmo no melhor da ética humana e religiosa do melhor pensamento grego e da Antiguidade.
A segunda versão do “Manifesto Comunista” foi redigida por Moses Hess (“Profissão de fé”, com base num texto que escreveu em 1844, denominado “Profissão de fé comunista por questões e respostas”, onde dizia que “a forma atual de propriedade se transformará progressivamente em propriedade comunista”).
Engels redigiu uma versão, na forma de perguntas e respostas (catecismo).
Marx, então, pegando a versão de Engels, fez o documento final.
Marx foi o principal responsável pela forma final do “Manifesto Comunista” (cf. carta de Engels a Marx, em 23.11.1847).
A forma final somente foi elaborada em fevereiro de 1848 e isso graças à pressão do Comitê Central da Liga, que chegou a ameaçar Marx, em 24.01.1848 (“se o Manifesto do Partido Comunista, cujo texto ele se encarregou de redigir no recente congresso, não chegar a Londres, em 01 de fevereiro do corrente ano, outras medidas terão que ser adotadas contra ele”, ameaçou a Liga e foi bom, pois Marx era perfeccionista e lambia a cria, até que o texto tivesse a grande riqueza literária que tem, pois Marx foi dos um dos maiores escritores da humanidade).
A Autoridade Central da Liga dos Justos, desde novembro de 1846, insistia na necessidade de redigir “uma simples profissão de fé comunista que servisse a todos de linha de conduta”. O termo “profissão de fé”, na forma de catecismo, já mostra claramente as fontes religiosas. Na pergunta 22 (“os comunistas rejeitam as religiões existentes?”), a resposta era que o comunismo “torna supérfluas todas as religiões existentes e as suplanta”. Os termos “supérfluas” e “suplanta” têm um significado de incorporar o que há de bom nas mesmas, indo além, o que mostra uma concepção favorável à religião.
Marx, no “Manifesto”, acusou a burguesia, pois a mesma “dissolveu a dignidade pessoal no valor de troca e substituiu as inúmeras e irrevogáveis liberdades conquistadas e decretadas por uma determinada liberdade – ao do comércio”, da mesma forma “afogou na água fria do cálculo egoísta todos os fervores próprios do fanatismo religioso, do entusiasmo cavalheiresco e do sentimentalismo”.
Weitling era um cristão e foi uma das fontes grandes do melhor do marxismo. Weitling tornara-se, na França, até 1839, a maior liderança da Liga dos Justos. Isso, bem antes de Marx, são fontes pré-marxistas, fontes CRISTÃS pré-marxistas do socialismo.
Grandes lideranças da Liga eram lideranças cristãs. Weitling, Auguste Becker, Venedey, Theodore Schuster, o Pastor Weidig, Ewerbeck, German Maurer e outros eram influenciados e movidos por idéias e sentimentos religiosos. Moses Hess foi da grandes lideranças judaicas do marxismo, outra fonte religiosa pré-marxista, que influenciou muito o pensamento de Marx.
Marx, quando chegou em Paris, lá por outubro de 1843, foi residir, justamente, no prédio onde residia Maurer e Ewerbeck, as grandes lideranças cristãs da Liga dos Justos, da Liga dos Comunistas, pois é a mesma Liga, com apenas alteração do nome.
Engels, também em 1842 ou no início de 1843, em Londres, procurou Schapper e Bauer, os líderes da Liga dos Justos (em Londres).
Weitling mantinha correspondência com Moses Hess, quando este estava em Paris e quando atuava como correspondente de Paris para o jornal “Gazeta Renana” (antes e quando Marx foi o redator-chefe). Hess já escrevia artigos de propaganda do comunismo, na “Gazeta”, antes mesmo de Marx ser o redator.