O socialismo religioso pré marxista, antes de Marx, já tinha botas de sete léguas, já tinham as ideias mais importantes do que se chamaria marxismo

István Mészáros, na obra Para Além do Capital (Rio, Editora da Unicamp, Editoral Boitempo), traz um bom texto de Rosa de Luxemburgo, na página 396, mostrando as origens cristãs do socialismo pré marxista:

Pág. 396 – “…antes de Marx, e independentemente dele, havia movimentos de trabalhadores e várias doutrinas socialistas, cada um dos quais, de modo próprio, era a expressão teórica correspondente, nas condições da época, à luta da classe trabalhadora pela emancipação.

A teoria que consiste em basear o socialismo na noção moral de justiça, numa luta contra o modo de distribuição, em vez de baseá-lo na luta contra o modo de produção, a concepção dos antagonismos de classe como antagonismo entre o pobre e o rico, a tentativa de enxertar o “princípio cooperativo” na economia capitalista – todas as virtuosas noções encontradas na doutrinas na doutrina de Bernstein – já existiam antes de Marx. Todas estas teorias foram, na sua própria época [itálico de Luxemburgo], apesar de sua insuficiência, teorias efetivas da luta de classe do proletariado. Elas foram as botas de sete léguas das crianças nas quais o proletariado aprendeu a andar no cenário histórico (ibid., pp. 59-60).

Rosa de Luxemburgo, neste texto, reconhece que o socialismo existia antes de Marx.

Os socialismos pré-marxistas eram “as botas de sete léguas” do proletariado.

Rosa usa uma imagem usada por Karl Marx quando elogiou Weitling, mais ou menos em 1843.

Os socialismos pré-marxistas, inspirados “na noção moral de justiça” (de fundo religioso, quase sempre católico), atuavam como “teorias efetivas da luta de classe do proletariado”.