Um bom texto de Túlio Ribeiro, economista e historiador

“Em 2017, segundo o estudo do Banco Credit Suisse, 1% mais ricos do mundo atingiram 50,1% da riqueza, onde antes da crise de 2008 detinha 42,5%. Além de demonstrar que o processo de concentração de renda se acelerou, ele aponta que o período de valorização de ações nos países centrais significou perda de participação da renda dos trabalhadores em âmbito mundial.

Outro estudo que faz eco a esta análise foi divulgado pela BBC News e realizado pela organização britânica OXFAM. A pesquisa concluiu que 82% do dinheiro gerado em 2017 foi canalizado para o 1% mais ricos da população global. Estes fatores atestam que a riqueza segue nas mãos de uma fração reduzida de endinheirados, aumentando o intervalo entre os super-ricos e os mais pobres.

A evasão fiscal, o poder dos fundos de investimentos sobre a política, supressão dos direitos trabalhistas e a busca incessante por redução de gastos públicos, impedem qualquer mudança; nos retendo numa inércia de concentração de renda. O pleno emprego e a subida de ações em nações capitalizadas não chegam as menos desenvolvidas. O sistema se reproduz da mesma forma”.