O ideal histórico da Igreja é uma democracia popular plena.
Uma democracia plena é uma democracia política, econômica (cf. Ladislau Dowbor), social, pedagógica etc, sendo este o núcleo do ideário da Igreja, como foi explicado por Alceu Amoroso Lima, Frei Betto, Plínio de Arruda Sampaio, Frei Clodovis Boff.
A mesma lição está nas encíclicas dos Papas, nos documentos do Vaticano II, nos textos dos Encontros continentais de bispos, das Conferências nacionais de bispos, das reuniões de Religiosos, dos Padres, do Movimento Fé e Política, das diversas Pastorais de leigos etc.
O “Reino de Deus”, o “Reino dos Céus”, é a meta final (sem fim, eterna, sempre em movimento) do universo, é a realização sempre em curso do bem comum, da alegria, da felicidade, da plenitude.
Em outras palavras, é a realização em plenitude da natureza em geral e da natureza humana, em especial.
O bem é a realização da natureza, cf. o conceito clássico e tradiconal da Igreja e dos estóicos.
Hoje, temos apenas “o germe e o início” (cf. “Lumen gentium”, n. 9) do Reino dos Céus, que é uma construção em curso, que continuará pela eternidade, sempre tendo em vista um bem maior e mais universal.
O humanismo do cristianismo está difuso em todos os textos. Como ensinou Alceu, quanto mais humano, mais divino somos. O humanismo cristão pode ser visto bem claro mesmo com contos, como a “Gata borralheira” (“Cendrillon, ou la petite pantoufle de verre”).
Sobre o “Reino”, que é a Presença do Amor, na história, há, próximo das idéias cooperativistas e democráticas da Igreja, a concepção de Antônio Sérgio (1883-1969), que ensinava que a Democracia cooperativa seria a pré-figuração do Reino.
Antônio Sérgio foi um grande cooperativista, defendendo uma síntese de socratismo com cristianismo. Esposava um humanismo idealista, algo vindo de Leroux acho, de forte veio ético, um ideário bem parecido com os grandes Santos Padres da Igreja.